O VELHO DA PRAÇA...
Alfredo deixou suas marcas como cidadão, profissional, presbítero e pai de família. Os anos, porém, foram passando. Agora idoso apenas curtia sua vida de aposentado, que era regrada por hábitos. Antes do meio-dia, por exemplo, era costume sentar-se na praça, próxima ao seu apartamento. Sentava-se sempre no mesmo banco para observar o movimento.
Era uma terça-feira. Lá estava ele, sentado com sua cuia de chimarrão, observando a vida, observando as pessoas a passar: Idosos como ele, adultos, jovens, crianças... Empresários e mendigos... Apressados e observadores de vitrines... Pessoas sozinhas e casais de namorados... Aliás, algo sempre lhe chamava muito a atenção: As pessoas caminhando aos pares. Às vezes eram mães puxando ou carregando seus filhos. Outras, eram casais de mãos dadas...
Mas, de fato, lhe despertava a atenção eram aquelas pessoas, de mãos dadas ou não, que caminhavam no mesmo ritmo, numa mesma pernada. Olhando na lateral, Alfredo percebia que as pernas seguiam num mesmo ritmo. Direita, esquerda, direita... Aquilo era uma lição de vida: Apesar da diferença entre elas, conseguiam caminhar juntas, lado-a-lado, num mesmo rumo e velocidade.
Ele, que sempre foi simpatizante do movimento ecumênico, refletia consigo mesmo: Como seria salutar se as pessoas, não importando suas diferenças teológicas, aprendessem a seguir num mesmo rumo, num mesmo ritmo. O testemunho da unidade cristã ficaria muito mais claro àqueles que ainda não tinham entendido a mensagem do Evangelho, a mensagem do AMOR.