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O tempo não para! É assim e não tem jeito. Passou o Carnaval e chegou a Quaresma. Aos poucos, o tempo arranca a máscara, mostrando a face com suas rugas. Também, destroça as vestes e fantasias, revelando o cansaço e os limites no corpo. O tempo vai varrendo, às vezes como brisa, noutras como um súbito ciclone. Ele vai cumprindo sua missão, mostrando o quanto “humano” somos. Todavia, não há como negar. Com a mesma intensidade, o tempo e o vento espalham suas sementes, donde nascem flores e depois frutos. Das rugas, brotam conselhos formidáveis. Num colo onde se extinguem as forças, os pequenos e grandes encontram consolo diante das dores do mundo. Dependemos do tempo que gira as pás do catavento da vida. Assim Deus criou o tempo e as gerações.
De Luiz Carlos Borges, “A Copla de Assoviar Solito” na voz de Wilson Paim.