Certos religiosos se aproximaram de Jesus pedindo um sinal do céu (Marcos 8.11-13). O Mestre deu um suspiro e alertou: Vocês nada verão! Ainda hoje muitos procuram a igreja em busca de sinais e show. Quanto mais barulho os crentes fizerem, melhor. Então, os pastores gritam. Também os demônios fazem um espetáculo ao serem expulsos, causando espanto na “plateia”. Alguns oram tão alto que confundem os irmãos. Outros falam em línguas estranhas chamando a atenção sobre si. O louvor ensurdece a vizinhança. Luzes e fumaça são frequentes. Com estardalhaço, alguns são curados. Ao invés da gratidão, o que se vê é propaganda dos milagres da igreja ou fulano tal. Infelizmente, são situações cada vez mais frequentes no jeito “comercial” da igreja. Mas, onde fica a quietude para ouvir a palavra? Por isso, oro: Senhor! Ajuda-me a entender e experimentar que é preciso calar e sossegar a minha alma tal qual uma criança desmamada para com sua mãe” (Salmo 131.1-2). Certo é que novamente vivemos o Natal. Então, voltemos os olhos à estrebaria em Belém. No meio dos animais, está sossegado o Salvador na manjedoura. Eis aí o maior sinal de que Deus nos ama.
De autor desconhecido, “Num Berço de Palhas” foi publicado em 1885.