Quando menino jogava futebol. Em lances duvidosos, era costume usar a estratégia do “ganhar no grito”. Ou seja, ser veemente, falar alto e forçar a barra sobre o juiz ou adversário. Às vezes dava certo, noutras, não. Hoje percebo tal técnica em algumas igrejas. Ora melhor quem é mais veemente. Mas, será mesmo? A pessoa grita para Deus ou apenas quer sobressair-se ao irmão? Como pregador, percebo a mesma técnica com alguns colegas. Sim! Muito gesto e encenação atrai a atenção, mas será que há mais retórica ou conteúdo? Em relação aos apelos espirituais, seja pela cura ou libertação, seja pelo dízimo ou conversão, apresento as mesmas dúvidas. A doença ou o diabo se assustam com gritos? Ou, a pessoa fragilizada, ao invés de experimentar o amor de Cristo é sacrificada diante do medo? Será isso cura, libertação ou conversão? Quanto mais penso na paz que vem de Cristo, menos aceito a gritaria. Definitivamente, não vem de Deus. Então, donde vem?
A composição original é de 1963 com o norte-americano William Gaither. Em 1972, Edgar Martin gravou “Tocou-me”.