Numa pequena localidade do interior, o açougueiro foi até a delegacia para prestar queixas. Ele disse: Seu Antônio é meu amigo desde a infância. Todavia, o que é certo é certo, o que é errado é errado. Ele está logrando o povo e merece ser punido. O queijo dele é excelente. Mas, a peça que deveria ter um quilo pesa somente 950 gramas. Na balança do armazém, o subdelegado pegou a peça e constatou que realmente só pesava 950 gramas. Mandou, então, que seu subordinado trouxesse o Seu Antônio sob a acusação de estar logrando o povo. O queijeiro era um homem simples, que ficou assustado ao ser levado pela lei. Na delegacia, confessou que sua balança estava em conserto na capital. Assim, estava usando uma antiga balança. Para não errar no peso do seu produto, comprou exatamente um quilo de osso do amigo açougueiro, o qual usava como padrão. Quando ambos se equilibravam, o queijo estava na medida. Então, para tirar uma prova, o subdelegado mandou um menino comprar um quilo de osso no açougue e trazer imediatamente ao armazém, onde estavam conferindo as medidas. Por fim, o subdelegado chegou à conclusão de que o acusador era de fato réu da acusação, pois lograva na venda do osso. Tal situação cômica lembra o Evangelho: “Não julguem, para que não serem julgados. Com o critério que julgarem, serão julgados. A medida que usarem para medir os outros, igualmente vocês também serão medidos (Mateus 7.1-2). Por isso, muito cuidado em sair por aí julgando ou acusando as demais pessoas.

De 2020, “Vento da Manhã”, interpretado por Alvarenga e Sahmaria.