Após a Confirmação, Joana abandonou a igreja. Naquele dia inesquecível, ela simplesmente deu diante da Comunidade a resposta que seus pais queriam ouvir. Mas, não era o desejo do seu coração seguir a Jesus. Procurava de todo jeito ficar longe da igreja. Todavia, havia uma exceção. Era regra na família que no Domingo de Páscoa todos deveriam ir juntos ao Culto. Porém, durante a semana, as amigas convidaram Joana para o Baile de Aleluia, no qual haveria uma ótima banda. Todo o seu círculo de amizade estaria lá. Como era menor de idade, precisava da autorização do pai. Seu Antônio, homem vivido, sabia que proibição não adiantava. Ele amava a filha e orava por ela, desejando sua transformação. Então, o negócio era colocar regras... Com quem você vai? Meus primos... Que horas começa? Acho que perto da meia noite... Quando termina? Eu volto com eles... Mas, lembre-se: A regra aqui em casa diz que a Páscoa é “família” e começa com o “culto”. Você sabe a hora? Ela baixou a cabeça e disse: Infelizmente, o chato do pastor marcou às 6h30. Esteja pronta! Piscou o pai. Joana foi ao baile, divertiu-se, dançou... Às 3h pediu que uma amiga a levasse de carro para casa. Apenas cochilou de olho no relógio. Às 6h15 está tomando um gole de café. Bastou o chamado do pai, todos estavam dentro do carro. Na hora do culto, a família estava toda unida no mesmo banco. Todos felizes... É Páscoa. Mas, Joana, nem tão feliz. Morta de sono... No último lugar que deseja estar naquele domingo. Houve um pequeno teatro. Uma bandinha entoou alguns hinos. O pastor se preparava para pregar. Joana pediu licença ao pai para tomar um gole de água, que disse: Vai-e-volta já! Ok... Continuou a menina: Mas, vou sentar um pouco lá atrás. De fato, o bebedouro ficava junto aos últimos bancos. Encheu o copo... O pastor subiu ao púlpito... Decididamente, ela não queria escutar o sermão. Sentou-se bem no canto. Encolhida, tapou com os dedos seus ouvidos. Ali começou o milagre... Lá pelas tantas, uma mosca começou a rodeá-la, pousando aqui, ali, em todo lugar... Ela não escutava nada do que o pastor falava. Seus olhos perseguiam a mosca, pronta para dar o tapa final. Dito-e-feito... Pimba... Caiu a mosca... Mas, o ouvido se abriu. Naquele exato momento, na pregação apareceu o seu lema de Confirmação: Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu único Filho, a fim de que todo aquele que nele crer não morra. Mas, tenha a vida eterna (João 3.16). Continuou o pastor: Deus não ama só as pessoas. Ama o mundo. Ama os animais. Ama até as moscas. Tudo nesse mundo tem o seu propósito. Até a menor das criaturas pode servir a Deus e está debaixo do seu amor. Ouvindo isso, algo mudou no coração da Joana. Deus me ama. Ele tem algo preparado pra mim. Deus usa até uma mosca. Uma lágrima brotou em sua face. Ela pegou a Bíblia. Procurou a passagem lida... Leu todo o capítulo e decidiu aceitar o convite de Jesus a Nicodemos: Eu quero nascer de novo! Logo em seguida, na hora da Ceia, juntou-se à família. Pegou na mão do pai e da mãe. Baixinho pediu perdão e disse que, de agora em diante, seria uma nova pessoa.
