Era hábito que, domingo após domingo, Francisco e seu filho seguiam a pé para o culto. Na volta, passeavam pela cidade, entregado folhetos evangelísticos. Certo domingo de inverno, o menino saiu do quarto bem agasalhado dizendo: Estou pronto! Todavia, o pai apenas respondeu: Querido! Além da chuva forte, está fazendo muito frio. Hoje não iremos. Surpreso, o filho pensou: Será que em dias de chuva, as pessoas não precisam de Deus? Mas, pediu: Eu posso ir sozinho? O pai hesitou por um momento. Mas, confirmou: Você pode ir. Aqui estão alguns folhetos. Apenas tome cuidado. O menino saiu no meio da chuva. Como havia poucos fiéis no culto, ele precisou cantar por três. Enfim, estava contentíssimo. Na volta, seguiu por ruas diferentes da cidade, colocando seus folhetos em caixas de correio, batendo em algumas portas, entregando a mensagem de Deus aos poucos que encontrava na rua. Não demorou para ficar todo ensopado. Restava apenas um último folheto meio molhado. Parado numa esquina, reparou na rua totalmente deserta. Então, pensou na cor verde. Virou-se em direção à primeira casa que viu naquela cor, dirigiu-se à porta, tocando a campainha. Ninguém respondeu. Tentou de novo. Nada. Esperou, mas não houve resposta. Finalmente, se virou para ir embora, mas algo o deteve. Mais uma vez, bateu na porta bem forte. Algo o fazia ficar naquela varanda. A porta se abriu bem devagar. De pé na porta estava uma idosa com um olhar muito triste, que gentilmente lhe perguntou: O que eu posso fazer por você, meu filho? Com um sorriso que iluminou a sala escura à sua frente, o menino disse: Perdoe-me se estou lhe perturbando. Mas, eu só gostaria de dizer que Deus te ama muito. Por isso, eu vim aqui para entregar o meu último folheto que lhe dirá algo muito importante sobre Jesus. Entregou, deu adeus e virou-se para ir embora. Ela o chamou de volta, mandando que esperasse um pouco. Entregou-lhe uma caixa de bombons dizendo: Muito obrigada! Que Deus te abençoe. Em casa, narrando o ocorrido, o menino repartiu a caixa de bombons.
No domingo seguinte, quando o culto começou, o pastor desafiou: Alguém gostaria de dar um testemunho? Lentamente, uma senhora se pôs de pé. Ela passou a falar: Com certeza, pela minha idade, ninguém vai lembrar de mim. Mas, no passado meus pais congregavam aqui. Todavia, eu nunca acreditei em nada, por isso ainda adolescente desisti da igreja. Assim, levei minha vida longe de Deus. Meu marido faleceu recentemente, deixando-me totalmente sozinha no mundo. Confesso que perdi o que restava da minha alegria. Eu tinha decidido no meu coração que a vida havia chegado ao fim. Peguei uma corda, subi na cadeira, estava a ponto de saltar para dar cabo de tudo. De repente, o toque da campainha me assustou. Eu pensei: Vou esperar um minuto até que, quem quer que seja, vá embora. Esperei, mas a campainha era insistente. Depois, a pessoa começou a bater bem forte. Curiosa pensei: Quem pode ser? Num dia chuvoso quem desejaria falar comigo? Então, afrouxei a corda do meu pescoço e segui em direção à varanda. Quando abri a porta, vi na minha frente um menino - que mais parecia um anjo - com um sorriso inexplicável. As palavras doces que saíram da sua boca fizeram com que o meu coração acordasse à verdade que vinha escondendo por décadas: Deus! O garoto me entregou o folheto que agora tenho em minhas mãos, o qual li e reli cada palavra com toda a atenção do mundo. Novamente, subi na cadeira, retirei e guardei a corda. Não iria precisar mais dela, pois havia encontrado o sentido para minha vida, pois Jesus me ama!
Para minha surpresa, no verso do folheto havia o endereço da antiga comunidade dos meus pais, que tanto oraram por mim. Por isso, vim aqui para dar o meu testemunho e dizer “obrigado” pela dedicação daquele garoto ali, que livrou a minha alma da morte. Aquele testemunho foi o suficiente para mexer com o coração de todos. As lágrimas corriam nos rostos daquela comunidade reunida. Os cânticos de louvor ecoaram por todo o templo, juntando-se às vozes dos anjos nos céus. Francisco apenas abraçou o seu filho pedindo perdão por ter relaxado no domingo anterior. Contudo, reconheceu e deu graças a Deus pela dedicação do filho, que era a razão daquele testemunho. Deus é maravilhoso.