Existem muitas lendas contando como foi que começou o uso da erva mate. É assim que reza a lenda: Os guaranis derrubavam um pedaço de mata, plantavam a mandioca e o milho. Mas, depois de alguns anos a terra se esgotava. Então, a tribo precisava emigrar. Cansado das andanças, um velho recusou-se a seguir adiante. Preferiu ficar na velha tapera. A bela Jarí – filha mais moça - ficou com o coração dividido: Seguir adiante com a tribo ou ficar na solidão, prestando assistência ao velho pai até que a morte o levasse? Apesar da insistência dos demais jovens, permaneceu junto ao pai. Essa atitude de amor mereceu recompensa. Um dia chegou um pajé desconhecido que perguntou a Jari: O que é que ela queria para se sentir feliz. A moça permaneceu calada. Mas, o velho pai pediu que as suas forças fossem renovadas para assim poder seguir adiante, levando Jarí ao encontro da tribo. O pajé lhe entregou uma planta muito verde, perfumada de bondade. Ensinou como plantar, colher, secar, triturar, colocando os pedacinhos num porongo, acrescentando água quente ou fria. Depois de beber você vai ter a força tão desejada. Dada a receita, partiu. Assim nasceu e cresceu a “caá-mini”. Dela resultou a bebida “caá-y” que os estrangeiros mais tarde batizaram com o nome de chimarrão. Sorvendo a verde seiva, o velho retemperou-se, ganhou força e pode empreender a longa viajada até o reencontro com seus. Foram recebidos com alegria. Toda tribo adotou o costume de beber da verde erva, amarga e gostosa, que dava força e coragem e aproximava os amigos, mesmo nas horas tristonhas. Como pastor e teólogo, fico a pensar: Será que Deus deixou aqui nos Pampas uma pequena amostra daquilo que teremos na Nova Jerusalém: Uma árvore cujas folhas servem para curar? (Apocalipse 22.2).