A mãe estava limpando a horta sob o olhar atento da filha. Era impressionante a quantia de tiririca no meio dos pés de alface. De repente, a menina perguntou: Mamãe! Os canteiros estão tão lindos. Por que temos que arrancar esse capim tão verdinho? Explicou a mãe: Nem tudo o que é bonito tem valor de fato. Por exemplo, a tiririca é uma planta que se desenvolve com tanta força que sufoca as outras plantas que queremos cultivar. De longe, o irmão que acompanhava, já se meteu na conversa e sugeriu: Então, vamos arrancá-la! Assim, tentou arrancar um punhado de qualquer jeito, mas não conseguiu. De imediato, a mãe veio em seu auxílio. Mais devagar! A raiz sempre é profunda. Não é fácil arrancá-la aos punhados. Faça de um em um, cada pé por sua vez. Não deixe rebentar. Procure retirar a batatinha que está lá no fundo da terra. Qualquer sobra de raiz, fará com que ela brote de novo com força. Assim, unidos começaram a retirar a tiririca pé por pé. Para incentivar, a mãe acrescentou: Se capricharmos, teremos muita verdura. De repente, o mano espetou o dedo, soltando um palavrão. A mãe atenta já replicou: Aproveite e retire o palavrão do teu coração com a batatinha e coloque junto no cesto do mato inútil. Ele – que era o mais velho - olhou à maninha e pediu desculpas pela palavra errada. Agora sim... Emendou a mãe. As palavras de desculpas, perdão e gratidão sempre devem ser cultivadas, pois edificam e promovem vida. A menina sorriu. Naquela manhã de serviço no quintal aprendeu belas lições que lhe serviram para toda a sua vida.