Na última quarta (10/06) comemoramos o Dia do Pastor. Convido você para uma reflexão: Quem é pastor? O que faz um pastor? Ao pé da letra, pastor é aquela pessoa que zela pelo rebanho. O Salmo 23 é uma apresentação clássica. Poeticamente, o Salmista explica que o pastor conduz, alimenta e protege o rebanho. O pastor é aquele que conversa com seus animais. A ovelha reconhece a sua voz e o segue. Todavia, às vezes também se distrai ou propositalmente se rebela. Então, cabe ao pastor resgatá-la. Profeticamente, o Salmista aponta ao Bom Pastor que é Jesus. Mil anos depois da descrição de Davi, podemos observar o evangelista Mateus descrevendo Jesus no seu pastoreio, agora com pessoas. Ele não é estático. Não espera. Ele vai ao encontro. Ele ensina e prega, apontando sempre ao Reino de Deus, desafiando as pessoas a entregarem o controle de suas vidas a Deus. Ele cura interior e exteriormente. Ele restaura as relações, tanto com Deus, quanto consigo mesmo e também com o mundo (Mateus 9.35). Diferente da realidade tradicional - onde o pastor administra um rebanho reunido - Mateus apresenta Jesus como o Salvador. As ovelhas estão assustadas e dispersas. Estão cansadas, quase desesperadas pela falta de alguém que as ajude (v.36). Por experiência própria, reconhecemos que, tal qual ovelhas, somos desatentos e, por vezes, bem rebeldes. Reconhecemos que, longe de Jesus, não conseguimos sentir paz ou viver satisfeitos. Por isso, não há outra alternativa senão entregar-se aos cuidados do Bom Pastor. Em seguida, Jesus faz uma convocação. Ele diz: O campo é grande. Há poucos para ajuntar e zelar pelo rebanho. Por isso, orem a Deus pedindo por novos pastores (vv.37-38). A palavra do Mestre deixa transparecer o duplo desafio dado aos cristãos: Alcançar os perdidos e mantê-los unidos. Tal situação é também descrita na parábola da ovelha perdida (Lucas 15.3-7). Ou seja, o evangelista faz uma descrição do pastoreio de Jesus, a qual deveria igualmente nos inspirar. Mateus não para por aí. Em seguida, ele mostra Jesus convocando os doze discípulos à pratica pastoral (Mateus 10.2-4). Hoje, você e eu recebemos o chamado. Jesus designa aos seus seguidores, em específico, dois ministérios (Mateus 10.1): O discernimento de espíritos, qual seja a identificação e afastamento de maus espíritos. Contudo, não se enganem. Os demônios não são aqueles escandalosos que aparecem em filmes de terror. Eles sutilmente atuam dentro e fora da igreja. Eles têm como objetivo a destruição das pessoas e do mundo. Eles agora bem podem estar levando os brasileiros ao relaxamento diante do Coronavírus, ou fazendo uma intriga política, ou ainda propagando um “fake news”. O diabo é sacana. Ele usa pessoas endemoniadas. Por isso, o outro ministério refere-se à restauração da saúde integral dos indivíduos e do mundo. Quando se fala em cura, entenda-se não apenas “remediar”, mas também “prevenir”. Não brinque com sua saúde para depois querer colocar Deus à prova com a cura. No mínimo, é burrice. A reconciliação entre as pessoas ofendidas por partidarismo também entra na cura, lembrando o desafio constante em ser um “pacificador” (Mateus 5.9). Igualmente, diante do pai da mentira com seus pequenos truques, proclamamos a Verdade (João 14.6). A figura do Bom Pastor deve servir de inspiração aos seus discípulos, tanto na prática missional, quanto pastoral. Ou seja, cada pessoa em seu lar, círculo de amizade, estudo ou trabalho é desafiado a resgatar e também exercer o pastoreio. Em suma, somos cuidados por Jesus. Então, cuidemos com igual atenção àqueles que Deus colocou ao nosso redor como bons pastores.