Quando menino, volta e meia, precisa escutar a ordem: “Lave as suas mãos antes de sentar-se à mesa”. Para a maioria, a ordem está arraigada à rotina diária. Contudo, alguns sempre relaxam. Recentemente, durante a pandemia, o hábito voltou a ser cobrado com mais ênfase e com destaque especial ao uso do álcool gel. De fato, a orientação de combate à Covid traz no cerne o mesmo e antigo objetivo, qual seja, a higiene. Curioso é que, mesmo que tenha passado o auge da pandemia, em algumas igrejas o recipiente com álcool continua disponível. Pela saúde pública, corretíssimo. Pelo aspecto bíblico, também. O ato de “lavar as mãos” sempre esteve ligado ao culto, como símbolo de santidade e consagração. Diz o Salmista: “Quem pode subir ao monte do Senhor? Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro” (24.4). O “limpar-se” para chegar à presença de Deus é um ato consciente, tanto físico, quanto espiritual. Eu me preparo ao culto, adoração, confissão e ceia. Todavia, sempre deve ocorrer numa atitude oposta ao Pilatos, que lavou suas mãos, alegando inocência, diante da condenação de Cristo (Mateus 27.24). Não há inocência. Somos pecadores e precisamos assumir nossa culpa, rogando a redenção promovida por Jesus. Reflita com carinho nestas palavras, aproximando-se do Senhor, na perspectiva da saúde física, mental e espiritual.
De 2006, “Toque em Minhas Mãos” com Ari Bento, versão de Scorpions.