Paróquia Martinho Lutero

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Em Isaías 5.1-7: O Dono da Vinha!

04/10/2020

 

Era uma família nobre de Jerusalém. Quando nasceu o menino, o pai o chamou de ISAÍAS, que significa “Deus salva”. Naquele momento, o dito casal sequer imaginava que o filho seria profeta e o seu nome de registro seria o tema central do seu anúncio. O menino viveu e pregou durante o reinado de quatro reis. Seu apelo pela conversão se estendeu aos reinos de Israel e Judá. Também às potências vizinhas, Assíria e Egito. Ora falava da misericórdia de Deus, ora do juízo. Mas, no fim - por causa da Palavra de Deus – Isaías foi executado de maneira cruel. Contudo, cumpriu fielmente o seu chamado. Hoje o profeta está na glória. Não importa a época. O crente vive sempre na certeza de que nada o separa do amor de Deus (Romanos 8.38-39).

Entre as mensagens dadas pelo Senhor à Isaías destaca-se uma parábola que fala do parreiral. Os judeus costumavam comer figos, tâmaras, romãs e uvas. Os cachos colhidos dos parreirais eram consumidos “in natura” ou transformados em vinho e uvas passas. Os parreirais eram comuns no interior da Judeia. O povo de Deus tinha na memória a visita dos espias à terra prometida, onde os cachos de uvas precisavam ser carregados por duas pessoas. De fato, a terra era boa. Ela era escolhida a dedo pelos proprietários que investiam em cercas, estacas, torres de vigia e lagares para espremer os bagos de uva, os quais selecionavam as mudas, adubavam e regavam as plantas, construíam cercas para protege-las do ataque de animais e ladrões. Por fim, na primavera, eram podadas. Somente assim a colheita era abundante e o fruto consumido ou transformado em vinho. Semelhante aos dias atuais, nenhum agricultor tinha a vida fácil.

Então, Isaías propõe ao povo uma parábola. O Senhor nos ama de maneira como se fossemos o seu parreiral, ao qual Ele se dedicou integralmente, fazendo o possível para que a safra fosse abundante. Todavia, eis que surge uma grande surpresa. Ao invés de ter frutos doces, produziu uvas azedas. De quem é a culpa? Do agricultor? Ou a própria natureza da planta? De maneira clara, o profeta aponta ao jeito amoroso com o qual Deus conduz o seu povo. Ele não nega, nem as pedras no caminho, muito menos as intempéries que assolam a lavoura. Mas, o Todo-poderoso sempre está com sua mão à nossa volta. Nada é por “acaso”. Tudo tem um propósito.

Com a parábola de Isaías, voltamos ao passado, percebendo como Deus usa o profeta para chamar a atenção do povo. Deus declara seu amor. Mesmo assim, eles vacilam. Ora aceitam, ora negam, ora são fiéis, noutros momentos fazem de conta. Por fim, Deus declara: Eu esperava que vocês agissem direito, seguindo pelo meu caminho. Mas, não. A lei é deixa de lado ou mal interpretada. O pobre é prejudicado. A injustiça vinga. Por fim, o fruto é azedo. E, hoje? É diferente? Deus te escolheu. Ele propõe com clareza o caminho, que é Jesus. Mas, mesmo na Igreja - que hoje é o povo de Deus – o que se vê? Não há grande interesse pela verdade.

As comunidades são usadas com fins políticos. Viraram negócios nas mãos de falsos pastores que, ao invés de seguir com autoridade de Cristo, seguem em busca de fama e sucesso, pelo poder abusando do povo, pelo dinheiro, explorando-o. Deus está a ponto de abandonar a sua sebe? Mas, resta um remanescente, que o busca com simplicidade, que não almeja prosperidade financeira, conquistar o mundo e seus poderes, pois tal foi a proposta do diabo (Mateus 4.1-10).

Por fim, através das palavras do profeta somos desafiados. Em primeiro lugar, a reconhecer quem Deus é e qual o seu propósito à nossa vida. Sou quem sou. Estou onde estou porque Ele tem um propósito. Em segundo lugar, constantemente dar graças pelo seu cuidado, mesmo quando pedras surgem no caminho. Com as pedras se constroem taipas e escadas. Tudo vem para o crescimento e amadurecimento. Em terceiro lugar, mesmo que a situação aparentemente não nos seja favorável, podemos ter certeza que a vitória final já foi alcançada por Jesus. No momento, estamos aqui para servi-lo. Jamais, para ser servidos, o que muitos desejam. Em quarto e último lugar, o juízo é certo: O que se planta colhe. Ou, como disse o Mestre: Pelos frutos vocês podem conhecer quem está com Deus ou longe dele. É tempo de reconciliação, de ajeitar as contas com Deus, tornando-se um cooperador do Reino. Que os teus, que os meus frutos enalteçam ao Amado Agricultor, dono da vinha. Amém!
 


Autor(a): P. Euclécio Schieck
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Garuva-SC (Martinho Lutero)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Antigo / Livro: Isaías / Capitulo: 5 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 7
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 59296

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A vida cristã não consiste em sermos piedosos, mas em nos tornarmos piedosos. Não em sermos saudáveis, mas em sermos curados. Não importa o ser, mas o tornar-se. A vida cristã não é descanso, mas um constante exercitar-se.
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