Quando nasceu, o menino foi batizado como Francisco. Muito cedo, os pais separaram-se. Ele foi deixado aos cuidados do avô. Antônio sempre o chamava de “Meu Chiquinho”. Era um homem de fé que transmitia valores ao menino. Aos domingos, preparando-se ao culto, o avô lhe entregava continuamente duas moedas, dizendo: Uma você coloca na oferta, com a outra, na volta, você compra um sorvete. Certa manhã, já na ida, Chiquinho escapuliu e, em seguida, apareceu com um sorvete na mão. O avô observou e questionou: Menino! Cadê o dinheiro da oferta? Chiquinho estendeu sua mão e mostrou a moeda. Muito bem! Disse Antônio. Todavia, não está certo. Somente desejo que você aprenda: Em primeiro lugar, o Reino e as coisas de Deus. Depois, as nossas vontades. Mas, isso Deus mesmo vai te mostrar. Como era tempo de pandemia, não era realizado o Culto Infantil. As crianças permaneciam silenciosas junto aos adultos na celebração. Naquele domingo, havia uma tristeza no ar. O pastor anunciou a tragédia ocorrida em Presidente Getúlio/SC. Também, pediu que fosse levantada uma boa oferta àqueles que tinha perdido muito. Seria uma pequena expressão de carinho e cuidado da comunidade local. O menino sentiu no fundo do coração o desejo de dar as duas moedas aos necessitados, mas só tinha uma. Arrependeu-se da precipitação daquela manhã onde pensou só em si. Então, cutucou o avô e pediu: Vô! Me dá outra moeda? Quero ajudar mais. No próximo domingo, não vou tomar sorvete. Antônio lhe alcançou uma nota, pois a lição foi aprendida.