Num canto mais escondido do Jardim do Éden não havia matas. Somente um campo aberto. Certo dia, ao passar por lá, Deus indagou: Onde será que estão as flores? O campo respondeu: Meu Senhor! Eu não tenho sementes. Então, Deus ordenou aos pássaros que tomassem sementes de todos os tipos de flores e as espalhassem pelo campo. Logo, o imenso gramado estava coberto por uma vasta variedade de cores. Novamente, Deus retornou e viu com muita alegria sua obra. Mas, sentiu falta do “copo de leite”. Voltou a questionar o campo. Mas, ele desconhecia por completo a flor preferida do Senhor. De novo, Deus ordenou aos pássaros. Eles trouxeram outras sementes e as espalharam. Entretanto, quando Deus voltou, novamente não encontrou nenhum copo de leite. Então, perguntou: Onde será que estão as flores que tanto admiro? Tenho certeza que elas foram semeadas. O campo declarou com tristeza: Senhor! As aves não têm culpa. Elas semearam. Porém, eu não consigo conservá-las. O vento sopra com muita força no descampado. O sol é ardente demais. Por falta de umidade, elas nascem, murcham e secam. Por fim, Deus ordenou aos céus, que - num golpe rápido do raio – fizesse a terra estremecer. Então, o campo se partiu. Uma ferida escura e profunda se fez no meio da relva. Aquele foi o caminho pelo qual suavemente um ribeirão derramou suas águas serenas, trazendo frescor e umidade. Depois de algum tempo, as rochas ásperas estavam cobertas de musgo macio. Nos recantos mais escondidos, as delicadas folhagens verdes escuras começavam a brotar em profusão, surgindo inúmeros copos de leite. Havia flores e mais flores. Aquele canto do paraíso tornou-se o lugar favorito de Deus. Na realidade, precisamos aprender a confiar no Deus que constrói o mundo e o seu Reino do seu jeito. Ele é soberano. Por mais incompreensíveis que sejam suas obras ou alguns acontecimentos, com certeza todos fazem parte de um plano maior, onde - por vezes - a dor faz parte do processo.