Hoje é um dia especial no Brasil. Hoje é dia de eleições. Escolheremos o prefeito e também os nossos vereadores. A campanha, o voto popular e a liberdade nem sempre existiram. É momento de dar graças por nossa nação, pela passagem da Independência em 07 de setembro e, em especial por hoje, 15 de novembro, Proclamação da República. Elegemos os governantes. Oramos por eles. Somos críticos e apoiamos de acordo com a necessidade. Sempre, deixando claro que aquele que rege nossa vida é o Senhor Jesus, que defendeu e defende a vida, tanto aqui, como eterna.
Mas, convido o Amigo e a Amiga para voltar ao tempo bíblico com suas intrigas políticas. Na época de Cristo e dos apóstolos quem controlava a Palestina e boa parte do mundo era o Império Romano. Por determinar, Jesus como Senhor - ou seja, autoridade máxima - os fiéis foram perseguidos e mortos. Jesus deixou bem claro. Deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. O respeito às autoridades é necessário. Porém, onde o governo humano segue contra a Palavra, prevalece sempre a obediência a Deus.
No Antigo Testamento são citados os reis, que mantinham palácios e exércitos com impostos pagos pelo povo. As guerras eram constantes. A exploração acentuava-se sem medida. Alguns reis eram fiéis ao Senhor. Todavia, muitos seguiam a Baal. Ou seja, não tinham como parâmetro a justiça divina. Antes do período dos reis, o povo de Deus era conduzido por líderes locais, os quais se reuniam – de acordo com a necessidade – em grupos maiores (clãs) para resolver suas crises.
Desde o conselho dado por Jetro ao seu genro Moisés, dentre os líderes, certas pessoas eram capacitadas para julgarem as questões do povo. Como o passar do tempo, Deus vocacionou tais JUÍZES – com certeza por sua autoridade e justiça – para liderarem Israel frente às batalhas. Pressuposto básico é de que os juízes estivem conscientes da sua missão e, principalmente, tivessem conhecimento das leis de Deus (Juízes 2.16).
Boa vontade, um coração apegado à lei, ouvidos atentos à realidade e coragem eram virtudes dos juízes, de Otoniel até Sansão, passando por Débora, sobre a qual vamos refletir no sermão. Ela era uma líder natural numa determinada região. Também, trazia consigo o dom de profetizar. Debaixo de uma palmeira, como juíza, Débora ouvia as questões trazidas pelo povo. Eram assuntos pessoais, familiares e sociais. Eram questões de fé e de justiça, às quais precisa trazer solução.
Com o tempo, passou a escutar frequentemente os nomes do rei Jabim e do seu comandante Sísera. Com uso do exército, os cananitas causavam pavor, fazendo as pessoas pagarem altos impostos. Ainda, por simples maldade, abusavam dos povos vizinhos. Débora era uma mulher temente a Deus. Ele tinha noção do certo e errado. A partir das informações recebidas em meio aos diálogos, sabia que precisava tomar uma atitude com urgência.
Porém, além da coragem, era necessário apoio e organização. Assim ocorreu. Ela convocou outro líder, o amigo Baraque. Ela convocou duas tribos para uma batalha de libertação. O local e o momento já estavam determinados pelo próprio Deus. Bastava agir com fé. Houve a batalha e a vitória. Em seguida, 40 anos de paz e bênção. Todavia, aos poucos, novamente o povo desviou-se da adoração a Deus ao culto a Baal, caindo em desgraça. Acontecia isso sucessivamente até que Deus enviava outro libertador. Castigo e bênção é o ciclo que se repete no livro de Juízes.
Débora e Baraque desempenharam um importante papel político. Como pessoas tementes a Deus, entraram na história e serão sempre motivo de reflexão e ânimo como acontece hoje. Contudo, o real problema não era político. Antes, estava e está no coração humano, com o afastamento de Deus e o apego aos deuses deste mundo. Desde Adão foi sempre assim. O único que pode romper tal ciclo, transformando nosso coração é JESUS.
Em João 8.32 encontramos a seguinte afirmação: “Vocês conhecerão a VERDADE. A verdade trará liberdade para vocês”. Com Débora aprendemos que é preciso ter intimidade com Deus e o conhecimento da realidade. É preciso também ter muita coragem para agir, de preferência em equipe. Com Jesus descobrimos que o amor a Deus deve preencher nosso íntimo, dando formas ao nosso viver. É preciso fazer uma entrega constante de nosso coração (sentimentos e sonhos) ao Senhor, seguindo na sua justiça.
Caminhado ao fim da reflexão, deixo alguns desafios. As eleições podem ser vistas como uma maneira de mudar, de fazer reformas sociais e, por fim, de obter crescimento. Ao usar o voto, assumimos nossa responsabilidade social, tendo como base a nossa fé em Cristo. As soluções externas são possíveis. Mas, de nada adianta, se não houver a necessária transformação interior, a qual somente Jesus pode realizar. Débora resolveu uma questão social com agilidade e sabedoria. Só Jesus pode resolver o problema da humanidade, que começa no coração. Ele – que em amor – pagou pelos nossos pecados, deseja dirigir a nossa vida. Vamos permitir?