O sábio seguia com seus discípulos pela trilha, que margeava o rio. Eles observaram um pedaço de madeira levado pela correnteza. Sobre o galho, uma caninana. O sábio correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou a cobra pela mão. Quando a trazia para fora, ela enrolou-se no braço, apertando-o com força. Com dores, o sábio soltou a cobra à margem do caminho. Todavia, agora em segurança. Assim, voltou para junto dos seus discípulos. Os jovens perplexos comentaram: Mestre! Seu braço dói? Afinal, porque salvar uma cobra? Que se afogasse! Seria uma a menos! Veja como ela desejou estrangular a mão que a salvava! Não merecia sua compaixão! O sábio prestou atenção aos comentários. Em seguida, deu o veredito: A caninana agiu conforme sua natureza. Eu agi de acordo com a minha. Ela queria se defender. Eu desejava sua salvação. Tal parábola nos faz refletir sobre a forma de melhor compreender e aceitar as pessoas. Deus pode, mas nós não temos o direito de mudar a natureza do outro. Todavia, podemos melhorar nossas reações e atitudes, sabendo que cada um dá o que tem ou o que pode. Devemos fazer o que nos compete com muito amor e respeito ao próximo. Cada qual conforme sua natureza e não conforme a do outro. Antes era olho por olho, mas agora “Seja a paz de Cristo o árbitro do seu coração” (Colossenses 3.15).