Reconhecido pela sua bravura no campo de batalha, Nicanor tinha outra batalha a ser vencida no seu coração. Ele cria em Deus, porém não sentia sua presença. Decidiu, então, procurar ajuda num monastério. Não sabendo muito bem como abrir seu coração, Nicanor pediu: Monge! Ensina-me sobre o céu e o inferno. O monge velho e franzino olhou para o guerreiro e lhe disse: Eu não posso lhe ensinar nada. Você está imundo, cheirando a sangue. Além do que lhe falta capricho, pois a lâmina da sua espada está enferrujada. Você é uma vergonha! Nicanor ficou transtornado. O sangue lhe subiu à cabeça. Não conseguiu dizer palavra alguma, tamanha era sua raiva. Com os olhos tomados de ódio empunhou a espada, se preparando para decapitar o monge. Aí começa o inferno... Disse mansamente o monge. O guerreiro ficou paralisado. A sabedoria daquele pequeno homem lhe impressionara. Afinal, o monge arriscara sua própria vida para lhe ensinar sobre o inferno. Nicanor abaixou lentamente a espada. Agradeceu ao monge pelo valioso ensinamento. O velho sábio continuou em silêncio. Passado algum tempo, Nicanor já com o ânimo pacificado, retornou e pediu humildemente ao monge que lhe perdoasse o gesto infeliz de dias atrás. Percebendo que seu pedido era sincero, o monge lhe falou: Aqui começa o céu! Resta, por fim, a importante lição sobre o céu e o inferno que podemos construir em nosso próprio íntimo e também ao nosso redor. Céu e inferno são estados de ânimo, que escolhemos em nosso dia a dia. Surpreendidos pelas mais diversas e infelizes situações, podemos sempre optar por abrir fossos de incompreensão e agressão ou estender a ponte do diálogo e do perdão, que nos possibilite uma solução feliz. Portanto, criar portais para o céu ou cavar abismos para o inferno são decisões que tomamos. Por isso, é necessário e sábio olharmos sempre ao Mestre dos Mestres: JESUS, tendo d’Ele a nossa inspiração, pois onde ele está... É o céu! Leia João 10.10.