Hoje meus pais completariam 63 anos de casamento. Contudo, há 4 anos minha mãe partiu à Eternidade. Eles casaram bem jovens, 20 e 19 anos. Além do desejo de se unirem, tinham o mínimo necessário para a vida em comum. Meu pai trabalhava com construção civil. Minha mãe cuidava do lar. Logo engravidou. Nasceu meu irmão. Eu cheguei 6 anos mais tarde. Meus pais estudaram somente até a 4ª série. Contudo, batalharam para dar escola particular aos filhos. Meu irmão desistiu antes de concluir o 2° Grau. A opção dele foi pelo trabalho. Hoje sofre por não ter continuado seus estudos. Eu aproveitei a oportunidade dada pelos meus pais. Ajudei naquilo que era necessário em casa. Só tive renda própria a partir do meu estágio ao pastorado com 22 anos. Antes, vivia somente de mesada. Muitas e muitas vezes - depois da reunião dos jovens - não acompanhava o grupo nas lanchonetes porque não tinha e não queria gastar. Não foi fácil aos meus pais darem conta do recado. Na Teologia, sofri para chegar ao fim, alcançando o ministério. Hoje, olho com atenção aos adolescentes e jovens à minha volta. Para eles, também não é fácil. Todavia, as oportunidades são maiores e melhores. Só não estuda quem não quer. Não adianta culpar os pais, a sociedade e o governo. Quem quer vai atrás, luta e alcança. Agradeço aos meus pais. Agradeço às pessoas que me apoiaram e apoiam ainda hoje na caminhada. Nada é fácil. Porém, nada é impossível. Diz Tiago: “Sejam perseverantes, fortalecendo o coração, pois o Senhor se aproxima” (5.8).