O russo Leon Tolstoi relata a história do sujeito ao qual foi prometido uma área de terra do tamanho que ele quisesse, desde que conseguisse arar um sulco em volta do terreno num só dia, do nascer ao pôr do sol. Então, ele começou bem cedo, prevendo alcançar somente uma área de tamanho suficiente para manter a sua família. Estava grato a Deus pela chance. Mas, perto do meio dia, ele começou a achar que o chão era pequeno demais. Pensou: Sou jovem! Quem sabe, devo sonhar um pouco mais alto. Assim, passo a passo, foi aumentando suas expectativas. Primeiro, melhores escolas e faculdade aos filhos. Depois, roupas e joias à esposa. Ainda, férias e viagens pelo mundo. À meia tarde, ficou mais impaciente. Queria mais e mais terra. Assim, açoitou os cavalos para alastrar ao máximo o sulco. De repente, notou que o sol já estava caindo no horizonte. O dia chegava ao fim. Deveria alcançar o ponto de partida ou perderia tudo. Em pânico, avançou aos tropeços. Quando o sol já apertava no horizonte, percebeu logo ali o marco da chegada. Passo a passo, seguia com o coração disparado, o estômago doendo e os músculos em câimbra. Todavia, a ambição foi além das suas forças. Por fim, sucumbiu, caiu ao chão tão sonhado e faleceu, sendo enterrado num único pedacinho de chão. Séculos atrás, Jesus perguntava aos seus amados: De que adianta alguém ganhar o mundo inteiro e destruir a si mesmo (Marcos 8.36)? Desde o princípio, o erro é esquecer-se de Deus e querer conquistar o mundo por conta própria. Sem jamais perder o foco ou deixar de sonhar, é preciso sempre agradecer e consagrar cada alvo alcançado, não esquecendo que somos humanos.
Com Luiz de Carvalho (1925-2015), “Quem Tem Jesus Tem Tudo”.