Normalmente usamos o ditado “procurando sarna para se coçar” àqueles que estão com a vida sossegada, mas fazem questão de ir atrás de encrenca. Provocam uma situação que, muitas vezes depois, não dão conta de resolver sozinhos. Você conhece gente assim? Há décadas tenho observado um movimento curioso na igreja, onde alguns procuram “sarna para se coçar”. Eles têm uma tradição religiosa, mas estão descontentes com questões menores, referentes à doutrina ou mesmo no relacionamento interpessoal. Também, às vezes, o que se revela são apenas situações mal resolvidas no próprio coração. No último final de semana, encontrei uma senhora que decidiu visitar outra denominação. Perguntei: Afinal, o que você foi procurar? Ela disse que foi escutar um pastor que tinha “revelações”. Ou seja, aquela amiga estava pré-disposta a ouvir algo direcionado ao seu descontentamento pessoal. Questionei a atitude, argumentando: Não seria mais adequado que você apenas orasse: “Senhor! Fala comigo aqui onde estou, que seja pelo sermão ou nos louvores, que seja pelo abraço do irmão ou no sorriso espontâneo de uma criança”.
De Lelia Naylor Morris (1862-1929), “Um Só Rebanho” com Grupo Elo (1977).