Olavo foi criado no campo, longe de tudo, sem muitas oportunidades. Na adolescência, o pai lhe disse: Preferia que não fosse assim, mas você precisa se virar. Vá até a fazenda e peça serviço. Aceite o que for proposto. Trabalhe com paixão. O menino foi, identificando-se ao fazendeiro que conhecia o pai. De imediato lhe deu serviço. Mas, só tranqueira. Passava o dia limpando valo, varrendo a estrebaria, carregando estrume, colocando palanque... Olavo seguia a ordem do pai. Trabalhava sem se queixar. Mas, o seu coração era orgulhoso. Um ódio crescente foi tomando conta. Trabalhava com o freio de mão puxado. O fazendeiro o castigava no serviço. Às vezes como prova, outras por pura maldade. Certo entardecer, o menino estava exausto, pronto para se deitar, quando o patrão mandou-o engraxar suas botas. Os olhos do Olavo faiscaram, mas obedeceu com um longo suspiro. Na dispensa, à luz do lampião, entre as latas de graxa, encontrou uma velha Bíblia. Lembrou-se, então, de sua vó falecida, que tinha uma e lia todas as noites. Mesmo sendo da letra miúda, o rapaz dedicou um tempo à leitura. Pediu licença ao patrão para tomar posse do exemplar, que lhe serviu de companhia e alento doravante. A leitura e a compreensão da atitude pacífica de Jesus modificou o coração do Olavo. Aquela resignação à lida diária transformou-se em dedicação. Ele passou a fazer mais do que era a sua obrigação. Não engraxava somente as botas. Deixava-as num brilho só. Não só varria a estrebaria, como também esfregava o chão. Tal foi sua mudança que o fazendeiro o chamou à sede, questionando suas atitudes. Naquele dia Olavo testemunhou sua fé em Jesus. Daquele dia em diante também seu patrão começou a ser transformado. Deus é maravilhoso. Leia o Salmo 119.105: A Palavra é a nossa luz!