No Ceilão, Aladim cuidava do seu arroz e dos seus búfalos. Ele tinha uma bela esposa, bons filhos, trabalho, saúde e fé em Deus. Não lhe faltava nada. Certo dia acolheu em seu lar um viajante. Alcançou-lhe água fresca, comida gostosa e um lugar para repousar. Aladim nasceu, foi criado e jamais saíra de suas terras. Todavia era muito curioso. Naquela noite, ao pé da fogueira, ouviu muitas histórias da boca do viajante. Chamou-lhe atenção uma em especial: Havia uma pedra preciosa chamada RUBI, cor de sangue, que se achava perto das montanhas, em rios de águas limpas e muito cascalho. Daquela noite em diante, Aladim não foi mais o mesmo. Não conseguia afastar seu pensamento da pedra vermelha. Estava constantemente inquieto, com o pensamento a vagar. Descuidava do lar, do trabalho, da fé... Até que, um dia, tomou a decisão. Entregou sua família aos cuidados do sogro. Vendeu sua safra, seu rebanho, suas terras e foi em busca do seu sonho: o RUBI. Era rico. Tinha tudo o que precisava, mas queria a pedra. Queria ser ainda “mais” rico. Do Ceilão foi à Índia, depois... Pérsia, Palestina... Por fim, morreu doente e miserável nas ruas de Cairo no Egito. Perdeu tudo o que tinha. Não encontrou sua joia preciosa. Jorgi foi o feliz comprador das terras de Aladim. Era um jovem recém-casado. Certa manhã, levando seus búfalos ao fundo do terreno, notou um animal lambendo uma pedra diferente e escura. Resolveu colocá-la em sua bolsa. Em casa, ela foi usada como peso de porta. Muitos anos se passaram. O mesmo viajante de outrora cruzava a região. Como foi bem acolhido no passado, procurou a mesma casa, agora com novo dono. Soube da triste história de Aladim. Contou ao Jorgi as mesmas histórias, incluído a pedra cor de sangue. Jorgi se lembrou do búfalo lambendo uma pedra escura, a qual mostrou ao viajante, que prontamente a identificou com sendo um RUBI. Moral: A pedra preciosa estava próxima de Aladim, mas ele menosprezou o que tinha em busca de algo diferente, no lugar errado. De fato, qualquer pessoa, em qualquer lugar, pode encontrar pedras preciosas. A vida as traz em grande quantia. Basta ter os olhos atentos. A família, os amigos, o trabalho, a igreja, a saúde, o lazer são pedras preciosas. Basta reconhecer e agradecer. É óbvio que muitas pedras são brutas e precisam ser polidas. Quanto mais polidas, mais valiosas se tornam. Quem sabe o casamento precisa de um brilho especial. O trabalho “sem graça” precisa de um novo desdobramento ou da percepção de uma maneira diferenciada. A princípio, esse polimento pode ser motivo de dor, mas por fim será, com certeza, motivo de grande alegria. Todo processo de transformação não começa em mim. Sim! Pode e deve ser uma decisão que tomo. Mas, de fato, a mudança inicia em Deus no reconhecimento de que “amamos porque Deus nos amou primeiro” (1 João 4.19). Ou seja, reconheço quem é Deus e do que Ele é capaz. Reconheço quem eu sou. Passo a reparar a vida com os olhos d’Ele. Passo a servi-lo com alegria. Que Deus nos abençoe nessa caminhada de constantes descobertas. Os RUBIS estão por aí.