Surgem a IECLB e a ISAEC, mudam os planos
A Editora foi crescendo e ocupando cada vez mais espaço na Casa Sinodal, nos corredores, garagens e porões, onde foi instalada uma pequena gráfica sob a orientação do pastor Alcides Jucksch, em 1964. Desenvolvia-se a Editora prestando serviços também às comunidades dos demais Sínodos. A produção foi se diversificando, muitas vezes por iniciativas e impulsos de fora, por parte de pastores das comunidades, como Hans Wendt (Crissiumal e Estrela), Christoph Jahn (Arroio do Tigre) e Alcides Jucksch (São Leopoldo).
Eles viam necessidades específicas e criaram os materiais de que precisavam, que depois, via Editora, eram colocados à disposição da Igreja toda. Assim cabe ao pastor Jahn o mérito de ter realizado, no então Distrito Eclesiástico Cachoeira, o projeto de um calendário de devoções diárias (A Palavra Diária), que acabou sendo o Castelo Forte de hoje, bem como o projeto Seleções Evangélicas como almanaque para leitura de informação e formação dos cristãos em nossos dias, além de outras publicações. A maioria dos livros era impressa nas gráficas Rotermund e Metrópole, que ainda hoje nos prestam tais serviços. (O relacionamento da Igreja com estas gráficas mereceria um estudo à parte.)
PROFUNDAS TRANSFORM AÇÕES
As transformações mais profundas aconteceram na Editora Sinodal em consequência da criação da IECLB como Igreja nacional, sucessora dos Sínodos, no Concílio em outubro de 1968. O Sínodo Riograndense era a nossa pessoa jurídica e entidade patronal, e sob este guarda-chuva funcionavam a maioria dos estabelecimentos no Morro do Espelho em São Leopoldo. Com a extinção do Sínodo, fez-se necessária a criação de uma nova pessoa jurídica. Resolveu-se chamar a sucessora de Instituição Sinodal de Assistência, Educação e Cultura (ISAEC). Seus estatutos foram registrados em novembro de 1971, e esta nova sociedade civil passou a funcionar a partir de janeiro de 1972 sob a presidência do então pastor regional (da Região IV) Augusto Ernesto Kunert e do secretário da RE IV, Bel. Eugênio Leonhardt, que assumiu também as funções de administrador da ISAEC.
Deu-se à ISAEC uma estrutura centralizada, com administração firme e dinâmica, que aos poucos foi superando os problemas de implantação desta nova organização. Lembro que, na Editora, tivemos conflitos com muitos clientes que não queriam aceitar o sistema de gerenciamento empresarial, com cobranças por duplicatas etc. Os pedidos se tornaram mais escassos, mas, por outro lado, mais pontuais os pagamentos.
Com esta nova dinâmica na Igreja e na ISAEC, a Casa Sinodal, agora sede da IECLB-Região IV, se tornou pequena, além de precisar de uma reforma geral. A Redação Central, por falta de espaço, já se instalara num apartamento alugado. Agora também a Editora teve que se mudar para um prédio alugado na cidade. Para lá foram transferidos os escritórios, a Redação Central, o estoque e uma nova livraria, inaugurada em 13 de dezembro de 1974. Ficou no Morro apenas uma livraria precariamente instalada numa garagem.
CASA PRÓPRIA
Simultaneamente, se iniciava o planejamento da construção de uma casa própria em terreno já reservado desde há alguns anos, ao lado da Casa Sinodal, que deveria abrigar também a administração da ISAEC e (temporariamente cogitado) da Região IV. O planejamento previa um centro multimedial para os serviços da comunicação escrita, audiovisual e radiofônica. Da entidade Gustav-Adolf-Werk, da Igreja Evangélica na Me-manha, foi obtido um auxílio e outro, após a conclusão, do Evangelisches Missionswerk.
A construção foi realizada a partir de 1975 sob a administração de Eugênio Leonhardt, e o novo prédio ocupado em 18 de julho de 1977. Permaneceu na cidade apenas a livraria, posteriormente vendida à Livraria Cristã Unida, bem como foi vendido o posto de vendas no campus da UNISINOS. Assim a Editora deixou de perseguir uma meta que prevalecia temporariamente: a de instalar filiais. A nova orientação previa promover a distribuição através de livrarias de terceiros e por intermédio de agentes de literatura e vendedores comissionados. Para uma divulgação mais dinâmica foi criado o projeto da Livraria Volante, com o Sr. Luiz Artur Eichholz.
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