Prédicas e Meditações



ID: 2931

Palavras de bom ânimo!

22/07/2020

 

Após uma rebelião, o rei precisou fugir ao interior. Atravessando uma cadeia montanhosa, chegou num lindo vale todo florido. Admirou-se de nunca ter estado naquele local maravilhoso. Na fuga, todos os companheiros de viagem já o haviam abandonado. Cada qual tomou seu rumo. O rei estava só. Cruzando por uma vasta lavoura de trigo, encontrou um fazendeiro. O viajante tentou esquivar-se, mas foi reconhecido. Venha, meu rei! Seja meu hóspede nesta noite. O fazendeiro preparou um churrasco, convidando alguns vizinhos. O rei estava com muita fome. O aroma da carne assada atiçava seu estômago. Todavia, antes do jantar, o fazendeiro tomou a palavra, lembrando o passado glorioso no palácio. Em seguida, passou a criticá-lo, chegando ao deboche. Palavra por palavra, o rei foi aborrecendo-se até perder por completo o apetite. Mesmo assim, permaneceu em silêncio e, por educação, agradeceu a acolhida. Mas, disse que precisava partir de madrugada. Chegando aos aposentos, sequer deitou-se na cama oferecida. Saindo pela janela, pegou a estrada e partiu. No dia seguinte, quase não conseguia ir adiante de tanto cansaço e fome. Um peão de estância, encontrou-o estirado à beira do caminho. Meio morto, meio vivo. Ao examinar os seus pertences, identificou-o como alguém importante. Seria o rei deposto? Deu-lhe algumas cutucadas, levantou-o, carregando à sua humilde morada. Um menino se aproximou e pergunto na lata: Você é o rei? Em situação deplorável, necessitando de socorro, ele confirmou. Aquela humilde família o acolheu. Preparam uma sopa de galinha. Jamais o rei tinha comido algo tão saboroso. Uma amizade selou-se naquele dia. O pai, a mãe e os filhos – cheios de curiosidade – faziam perguntas sobre a vida do rei e como era o palácio. As conversas se alongavam. Com falas simples e conselhos antigos, a família encorajava o rei a retomar o caminho da capital em busca da pacificação e do entendimento. Assim ocorreu. Em pouco tempo, o rei voltou a governar. Ele jamais esqueceu-se do fazendeiro, nem daquela humilde família do campo. Desconfio que foi nesta situação que Salomão destacou a palavra: É melhor servir apenas vegetais a um convidado e fazê-lo sentir-se bem do que oferecer-lhe um boi gordo e ao mesmo tempo fazê-lo sentir-se mal (Provérbios 15.17).


Autor(a): P. Euclécio Schieck
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense / Paróquia: Garuva-SC (Martinho Lutero)
Área: Confessionalidade / Nível: Confessionalidade - Prédicas e Meditações
Testamento: Antigo / Livro: Provérbios / Capitulo: 15 / Versículo Inicial: 17
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 57899

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