A inconstância na fé e na fidelidade a Javé sempre fez parte da caminhada do povo de Israel. Bastava uma doutrina nova ou um culto diferente para que o povo, especialmente suas lideranças, entre elas o rei e sua corte, seguisse essa novidade e deixasse de lado tudo o que Moisés havia ensinado e deixado escrito. Também a prática da justiça, a honestidade, o amor aos irmãos e a solidariedade para com os mais fracos eram constantemente menosprezadas e a ganância, o desejo de poder e riquezas e a injustiça se espalhavam. O profeta faz de sua boca a boca de Javé, o qual pergunta ao povo: O que fiz de errado ao longo da caminhada de vocês? Exigi demais de vocês? Pois sempre protegi e cuidei de vocês e apenas exigi a verdade, a solidariedade, a justiça igual para com todos? Deus pergunta o que há de errado em fazer o bem e exigir que se faça o mesmo bem aos outros. A pergunta quer fazer povo repensar seu jeito de agir e perguntar pela fidelidade devida ao Senhor. Javé sempre fez tanto por seu povo e este povo tem sido infiel tantas vezes. É preciso mudar a vivência da fé urgentemente, nos diz o profeta. Vale para nós.
O pai, na parábola do Filho Pródigo, não faz esta pergunta diretamente ao filho mais velho, mas ela está implícita na fala paterna. É como se ele dissesse: O que fiz de errado meu filho? Teu irmão voltou são e salvo de um empreitada errada que fez, beirando a morte e a perdição, e volta buscando perdão e renovação da vida. É preciso fazer uma festa, uma grande festa. Deus não faz errado para conosco, mesmo quando não faz o que esperávamos que fizesse. Sua ação está baseada no ontem, no hoje e no que virá amanhã. Ele tudo sabe e age para o bem da humanidade.Todo este bem que já experimentamos tantas vezes deveria ser o suficiente para nos convencermos de que o Pai sempre está certo e cuida de nós ao longo de nossa vida. Sofrimentos e morte virão, pois fazem parte da vida, mas o Senhor permanece fiel e nos conduz, em Jesus, em meio a tudo isso e apesar disso. Confiemos no Senhor.