A libertação do cativeiro no Egito tornou-se, ao longo dos séculos, o fato fundante da fé judaica. Ela é citada como exemplo maior do amor e do cuidado de Deus para com seu povo muito mais que o chamado de Abraão para formar um povo. Moisés usa este exemplo mais uma vez. E acrescenta que Deus conduziu seu povo como um pai conduz seu filho ao longo caminho, isto é, com cuidado, proteção e amor. A caminhada pelo deserto para chegar à terra prometida mostrava o quanto Deus se ocupou em cuidar de cada um de seu povo. Sempre que o povo precisava de ânimo, de força, de coragem para vencer alguma situação controversa, a trajetória do Egito até Canaã era o exemplo usado e trazia sempre novas forças. Deus havia cuidado deste caminhada e continuaria sendo o mesmo cuidador adiante, em qualquer situação contrária. Isso vale para cada uma e cada um de nós. Deus nos acompanha desde nossa concepção e se ocupa com nossa vida, nos conduzindo em todos os caminhos, fazendo com que superemos as dificuldades que se nos acometem.
É que nos diz o apóstolo João em sua primeira carta: Nós mesmos conhecemos o amor que Deus tem por nós e cremos nesse amor. Certamente é esse amor que nos fortalece e nos anima a seguir adiante. É esse amor e esse cuidado de Deus por nós, tantas vezes evidenciados pelas situações que enfrentamos, que nos mantém na fé e na confiança da presença do Senhor conosco. Só que o evento fundante da fé cristã é a ressurreição de Cristo, a qual comemoramos na Páscoa, a qual deu razão para a libertação do Egito, para o nascimento do homem Jesus e para sua morte na cruz. Toda nossa fé está fundada em Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador. Ali está posto e declarado o imenso e incomparável amor de Deus, o Pai, por nós, pois nos tornou suas filhas e seus filhos através do perdão concedido por Cristo. Podemos confiar nele e nos apegarmos ao seu amor, pois Ele nos conduz pelos desertos da vida, como um pai conduz seu filho, e nos traz a este lugar. Confiemos.