Na palavra de Deus, a Bíblia, perpassa a exortação a viver a partir da justiça, da honestidade e do serviço ao próximo. Essa exortação é constante e sistemática. O profeta Amós acusa o rei, sua corte, as lideranças econômicas, os próprios sacerdotes e lideranças religiosas de agirem com injustiça, favorecendo os ricos em detrimento dos pobres e fragilizados. Ele condena a desonestidade reinante no país, a qual é mantida pelas forças econômicas e governamentais. O profeta condena os cultos oferecidos a Deus porque neles estão participando estas forças (pessoas) e autoridades corruptas e o fazem como se seu comportamento fosse normal e aceito por Deus. Havia, e ainda há de muitas formas, uma compreensão de que podiam oferecer culto a Deus, sendo piedosos naquele momento, sem ligarem este momento de culto com a vida diária. Amós diz que Deus se enoja deste tipo de postura que é completamente incoerente no dia a dia em relação à justiça, à honestidade e ao serviço no amor ao próximo. Por isso ele usa a figura de que Deus quer que a justiça e a honestidade sejam como uma enchente, isto é, tenham grandes proporções, e um rio que nunca seca. Não é possível oferecer culto a Deus e viver sem compromisso com sua palavra e sua vontade no dia a dia. É o profeta que faz esta afirmação. Também hoje é assim.
Jesus mesmo diz isso. Ele exorta seus discípulos e ouvintes a perceberem que a vivência cristã, segundo os princípios de Cristo, tem que ser oposta ao que a sociedade oferece. A sociedade é impositora e o poder econômico dita as regras de tudo. Assim, quem mais tem, mais determina e conduz os rumos de uma nação. Ao invés dos governantes (executivo, legislativo, judiciário e poder econômico) colocarem-se a serviço do país e do povo, se arrogam o direito de impor valores que vão contra o que Jesus sempre pregou. Ele mesmo denuncia isso e exorta a seus discípulos a viverem diferente. Isso vale para nós, também na comunidade, onde autoridade significa serviço e não dominação e tirania. Façamos assim e vivamos segundo Cristo.