O autor do livro de Eclesiastes é alguém que observa muito bem a vivência diária das pessoas, bem como suas idas e vindas e seus propósitos e esperanças. Ele vê que Deus está sobre tudo e todos e tudo aquilo que se faz provém do fôlego de vida que o Senhor dá ao ser humano. Sua observação diz que o fruto do trabalho de cada pessoa deve ser aproveitado muito bem, pois é retribuição do esforço feito. O ser humano não deve se sentir culpado em aproveitar bem aquilo que ganhou com seu suor, pois isso é um presente de Deus. E como presente de Deus deve ser festejado e aproveitado. Porém, sua afirmação é de que o mérito não está no suor e na capacidade de fazer as coisas, mas está bem antes disso, está em quem dá o fôlego da vida, Deus. Precisamos aproveitar bem o que conseguimos, mas aprender que a dádiva vem do Senhor e isso deve nos fazer entender que não pertence apenas a nós. Tudo é do Senhor e nós nos servimos disso. Assim, o fruto do nosso trabalho deve ser posto na presença de Deus e nosso coração precisa agradecer, sem limites, ao presente dado pelo Senhor.
Jesus nos ensina que precisamos colocar tudo nas mãos de Deus e esperar dele o necessário para a vida. Isso provoca em nós um sentimento de gratidão ao Pai que cuida de cada uma e cada um em suas necessidades. Dependemos de Deus muito mais do que nos damos conta. Nossos talentos e capacidades são originados no Senhor e o resultado da sua aplicação também deve ser usado de forma que agrade a Deus. Jesus usa o nós na oração do pai Nosso para dizer que tudo é nosso, porque Deus nos dá. Assim, precisamos usar muito bem e nos regalarmos com o fruto do nosso trabalho, mas nos darmos conta de que não é só meu, mas nosso, e assim não posso acumular em detrimento da falta que tantos têm. Dizer dá-nos hoje o alimento que precisamos significa que não posso me alimentar sozinho, pois há tantos que também estão sob a mão de Deus e podem receber o mesmo presente do Pai. Façamos assim.