Pregação baseada em Romanos 7.15-25a
Prezados irmãos, prezadas irmãs em Cristo,
Apesar de ser um personagem mexicano, o Chaves é amplamente conhecido. E quem não lembra da forma como o Chaves recebe o seu Barriga na vila? Sempre o machuca, seja porque estava jogando bola, correndo atrás do Kiko ou da Chiquinha. Mesmo sem querer querendo, aquele personagem tão inocente, lastima o dono da vila. Já aconteceu algo semelhante com você? Já fez algo, sem querer querendo? Qual o sentimento que você teve depois de que aconteceu o que você nem queria?
É exatamente sobre esse sentimento de culpa, de consciência pesada, que queremos refletir. É também sobre isso que o apóstolo Paulo escreve na sua carta aos Romanos: Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço (v. 19). O apóstolo Paulo descreve essa experiência: Somos cheios de vontade de acertar e de fazer o que é bom, mas sempre de novo nos flagramos fazendo o que é errado. Não descobrimos dentro de nós o dualismo mostrado nas novelas da TV, que separam o bem do mal, fazendo com que uns personagens são fonte de virtude e de bondade, enquanto que outros são a própria personificação do mal. Nós percebemos que a bondade e a maldade parecem disputar o domínio do nosso coração e nós nos descobrimos divididos entre aquilo que reconhecemos como certo e justo e aquilo que de fato fazemos.
Neste texto bíblico, o apóstolo Paulo fala da sua experiência e que é da própria essência humana: Saber o que é bom, desejar fazer o bem, mas praticar o mal. É como se duas pessoas estivessem na mesma pele. Paulo se sente pressionado por esse sentimento de frustração, essa capacidade para ver o que é bom e da sua incapacidade para fazê-lo, essa capacidade para reconhecer o que é mau e a incapacidade para conter-se. O apóstolo Paulo trata desse assunto porque, na época, os judeus afirmavam que bastava ter os mandamentos, a lei de Deus, para praticar o bem. Já os não-judeus afirmavam que quem tivesse sabedoria e inteligência não praticaria o mal. Paulo discorda, pois ele mesmo fez a experiência e afirma que não é bem assim. Se conhecer o bem já fosse fazê-lo, a vida seria muito mais fácil. O conhecimento do bem, não faz do ser humano uma pessoa boa. Ter consciência dos mandamentos não faz o ser humano ser praticante dos mesmos. Por si só a vontade humana está fadada ao fracasso.
Paulo aponta para a justificação dos pecadores. Paulo faz a pergunta: quem me ajudará? E, em seguida, oferece a resposta: “Graças a Deus, por Jesus Cristo” (v. 24-25). A palavra bíblica de Romanos 7 vem nos socorrer diante de nosso sentimento de culpa e de desânimo. Deseja assegurar-nos de que, reconciliados com Deus através de Jesus Cristo, pela sua graça, andamos em novidade de vida. Somos pessoas reconciliadas: Querer o bem e realizá-lo se tornam dádiva e possibilidade a ser abraçada humildemente. Vida cristã é vida com base no perdão que recebemos e partilhamos. É isso que nos motiva a praticar o bem. Mas isso não significa acomodar-se no sentido de não lutarmos contra o mal e a injustiça, que teimam em nos dominar. Não esqueçamos o valor da graça com que Deus nos amou e a possibilidade de refazermos nossas vidas a cada dia.
Envio
Vivamos como pessoas amadas por Deus, pois ele nos dá uma nova chance a cada dia. Demos graças a Deus.
Culto feito em mutirão, com a participação de Leonir Knaul Kowalska (voz), P. José Kowalska, Lélia Brazil (flauta), Eder Targino (piano/órgão), e do Grupo de Flautas: Ana Sophia Kowalska, Daniel Wolff, Maria Luísa Cordeiro Braun, Nicole Ficht, Lélia Brazil
Leitura da Carta aos Romanos segundo a Nova Almeida Atualizada