Campanha Em comunhão com as viDas das mulheres


História de vida de Ziza Silva de Santana Merkle

10/03/2022

 

Nome: Ziza Silva de Santana Merkle

Tempo de participação na IECLB desde o Casamento

Paróquia Evangélica de Confissão Luterana no Vale do Paraíba/SP

Sínodo Sudeste

 

Meu nome é Ziza Silva de Santana Merkle, nasci no interior da Bahia, na Fazenda Pedra Verda, em uma pequena cidade chamada Ibicaraí, no ano de 1954. Sou a segunda filha de uma família de dez irmãos. De família católica, fui batizada aos cinco anos de idade e fiz minha Primeira Comunhão na igreja de Ibicaraí.

Meus pais trabalhavam na produção de cacau, também plantávamos para nossa subsistência. Todos nós ajudávamos na plantação, conforme ficávamos mais velhos. A fazenda era como uma pequena vila familiar onde, além da casa em que eu morava, havia mais cinco casas: a dos irmãos, a do meu pai e a de meus primos com os quais dividi minhas brincadeiras de infância. Lá, muitas coisas eram usadas em comunidade, como a escola, a casa de farinha e a barcaça. Nessa época, acesso à saúde era algo bem difícil para nós: o parto era feito em casa, por parteiras, e o tratamento muitas vezes com plantas medicinais. Mas a maior dificuldade desse período era a falta de água. A seca predominava o ano todo.

Desde pequena tive como atribuição cuidar dos meus irmãos menores para que meus pais pudessem trabalhar, com isso, assumi desde cedo as responsabilidades da casa. Nessa época, descobri um dos meus hobbies favoritos que é pescar, aprendido com o meu pai. E, também foi adolescente que aprendi com minha mãe a costurar e cozinhar.

No início da juventude, junto com meu irmão, passei a trabalhar na vendinha de meu pai, que tinha seu maior movimento nos finais de semana, devido aos jogos de futebol, disputados na proximidade. Era também uma forma de me divertir e sair de casa, já que meu pai era muito rígido e não permitia que as filhas saíssem sozinhas.

Aos dezessete anos, incentivada pelo meu irmão mais velho, saí de casa sem o consentimento de meu pai. Me casei para poder vir para São Paulo com um pretendente que conhecia bem pouco até esse momento. Chegando em São Paulo, logo engravidei de meu primeiro filho, o Welton. Logo depois, meu primeiro marido faleceu. Foram tempos de muitas dificuldades, mas sentia que Deus estava lá, me sustentando.

Não consegui mais estudar e precisei trabalhar em casas de família para manter a mim e ao meu filho. Graças a algumas mães de coração, colocadas por Deus no meu caminho, com o passar dos anos tudo foi se ajeitando, consegui emprego na Nestlé e voltei a estudar.

Nesta época, meu filho Welton estava com quatro anos. Seria difícil trabalhar, estudar e cuidar dele sozinha, por isso, ele foi morar com a minha família. Não foi um momento fácil para mim, mesmo tendo certeza de que ele estaria bem cuidado.

Depois de um ano, consegui ajuda de uma amiga que se dispôs para ficar com o Welton durante o meu horário de trabalho. Então, fui buscar ele para morar comigo novamente. O reencontro com meus pais foi um momento bem marcante de minha história no qual pude pedir perdão a eles. Mais tarde, precisei novamente da ajuda deles e de meus irmãos.

No ano de 1979 passei a trabalhar como atendente em um prédio da Nestlé que estava à venda, na cidade de São Paulo. Foi neste local que conheci o Valdir, meu marido. Ele e mais dois amigos, estavam visitando o prédio, em nome da empresa. Um deles sempre arrumava uma desculpa para falar comigo e chegou a me convidar para um café, mas eu não tinha interesse. Valdir sempre foi quieto e nunca tinha mostrado interesse por mim, até o dia em que os ônibus estavam em greve e ele me perguntou onde eu morava e se eu queria carona. Disse a ele que não. Mas, ele ficou no ponto de ônibus com seu fusca, me esperando sair do trabalho. Aceitei a carona e daí por diante ficamos amigos. Aproximadamente três meses de jantares e conversas, começamos a namorar e no Natal de 1979, noivamos.

De cultura diferente da minha, inicialmente houve resistência da família dele em me aceitar, exceto de meu sogro que sempre nos deu apoio. Depois de um tempo de convivência passei a fazer parte desta família. Casei-me em 05 de julho de 1980, na Igreja Luterana de Guaratuba/PR e, assim, passei a fazer parte da comunidade luterana.

Logo que me casei, buscamos meu filho Welton para morar conosco e nos mudamos para São José dos Campos/SP. Em 1981 nasceu minha filha Daniela, que foi batizada na igreja de Guaratuba. Passamos então a procurar a igreja luterana no Vale do Paraíba. Conhecemos a família Gielow que nos recebiam em cultos atendidos pela Paróquia de Ferraz de Vasconcelos, pelos pastores Zulmir Ernesto Penno e Ivário Fries. Depois de algum tempo, passamos a frequentar os cultos num espaço cedido pela igreja Metodista, e não mais nas casas como estávamos fazendo.

Durante os primeiros anos em São José dos Campos trabalhei com venda de roupas e joias. Neste tempo, conheci amigos que se tornaram minha referência de família, já que estávamos distantes das nossas. No ano de 1984 nasceu meu filho Alexandre, que foi batizado já em São José dos Campos. Dez anos depois, em 1994, nasceu minha primeira neta, Shaiane, filha do Welton com a Marta. Foi também batizada na igreja Luterana, mas ela seguiu caminho na igreja católica, como a mãe.

Nos anos que se seguiram sempre fomos presentes na comunidade luterana e fiz a primeira indicação para compra de um terreno no Jardim Americano, onde foi instalado nosso primeiro local de culto. Foi fruto de uma ação missionária no Vale do Paraíba, local em que foram confirmados meus filhos. Para o custeio desta igreja, assim como o atual templo no Jardim Satélite, foram muitas festas e trabalhos desenvolvidos em conjunto com a comunidade para custear os sonhos. Os trabalhos em artesanato, na casa da Dona Erica Gielow, com o grupo de senhoras, sempre oportunizaram, além das amizades, desenvolver mais habilidades e experimentar momentos muito gostosos de lembranças. O grupo se mantém até hoje.

No ano de 1998 me tornei proprietária de um restaurante, o que foi uma experiência nova e bastante desafiadora, pois não tinha sócio e a demanda de trabalho era grande. Esta foi mais uma fase importante de crescimento e desenvolvimento. Após três anos, saí do ramo de alimentação e me mantive trabalhando com corretagem de seguros. Ainda hoje trabalho neste ramo. Sempre me identifiquei com o trabalho que envolve pessoas e vendas.

Minha filha Daniela casou-se no ano de 2010, com Martin, e desta união nasceram mais dois netos: o Murilo, em 2013, e a Laura, em 2016. Meu filho Alexandre casou-se em 2014 com minha nora Thaís e tiveram a minha neta mais nova, Heloísa, em 2017. Ano passado ainda me tornei bisavó do Thor Gabriel. Desde o nascimento do Murilo a função de avó se tornou grande parte dos meus dias. Meus netos hoje também frequentam a igreja, o que é uma alegria para mim e meu esposo.

O que posso dizer... A vida é cercada de desafios e aprendizagem, mas o mais importante é que Deus sempre esteve presente.


Leia mais histórias de vida Em comunhão com as viDas das mulheres


AÇÃO CONJUNTA
+
tema
vai_vem
pami
fe pecc

Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres.
Gálatas 5.1
REDE DE RECURSOS
+
Nenhum pecado merece maior castigo do que o que cometemos contra as crianças, quando não as educamos.
Martim Lutero
© Copyright 2024 - Todos os Direitos Reservados - IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - Portal Luteranos - www.luteranos.com.br