Nome: Erika Schwacke Niel
Tempo de participação na IECLB desde o Batismo
Paróquia Evangélica de Confissão Luterana no Vale do Paraíba/SP
Sínodo Sudeste
Uma pequena história sobre a vida de minha mãe ERIKA SCHWACKE NIEL
Erika Schwacke Niel nasceu aos 25 dias de fevereiro de 1925, em São Paulo. Seus avós eram alemães. O avô era botânico, contratado por D. Pedro II para trabalhar no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Erika perdeu a mãe ainda bebê, no parto do 3º filho, deixando-a com 2 anos de idade e uma irmã com 1 ano. Irmãs que se tornaram inseparáveis. Sempre diz que nunca brigaram, foram companheiras de brincadeiras, estudos, festas e viagens. São tantas histórias que conta destes tempos! Nós as apelidamos de Flora e Fauna porque quando se encontram conversam sem parar, lembrando das suas vidas, e sempre de mãos dadas.
Erika cresceu em São Paulo, frequentou a Escola Alemã (hoje Benjamin Constant), formou-se em Secretariado, estudou francês e inglês. Embora sua madrasta fosse católica, Erika cresceu na Fé Luterana e frequentou a escola dominical da Deutshe Evangelishe Gemeinde zu São Paulo (hoje Igreja Martin Lutero), e mais tarde a OASE.
Encontrou meu pai aos 19 anos, e ele se apaixonou por seus lindos olhos azuis. Casou-se aos 20 anos, durante a 2ª Guerra Mundial, quando faltava gás e os alimentos eram racionados.
O começo foi difícil, acordava muito cedo para acender o fogão à carvão e fazer o café da manhã. Era preciso encarar grandes filas para trocar o cartão, dado pelo Governo, por pão, carne e outros alimentos.
Sempre conta que usava esfregão para encerar a casa e lavava, engomava e passava os ternos de linho do meu pai – as vezes me ponho no lugar dela e me arrependo de tantas vezes reclamar de cansaço com os meus afazeres domésticos!
Teve 2 filhos, um menino, meu irmão que, nasceu no Dia das Mães, as 18h, quando tocava o sino de uma igreja próxima lembrando a hora de Nossa Senhor e eu, a filha caçula da família.!
Erika dedicou sua vida à casa, aos filhos e ao marido. Deu todo amor, carinho, atenção e cuidado que podia, estando sempre presente. Prestimosa, costurou nossas roupas, tricotou nossas blusas, remendou o que precisava ser remendado. A casa e seu jardim, além da família, foram seu orgulho. Mas ela nunca se esqueceu de suas amigas de infância, todas descendentes de alemães, mantendo contato, escrevendo cartas, telefonando e visitando.
Minha mãe, Erika, mudou-se para São José dos Campos. Ficou viúva cedo, aos 49 anos, e seu amor se voltou para os seus 6 netos, ajudando a cria-los. Carinhosa, sempre fez os quitutes que gostam.
Nas horas difíceis, sempre dá seus conselhos, demonstrando seu caráter, honestidade e amor ao próximo.
Em São José dos Campos, passou a frequentar a Igreja Luterana do Vale do Paraíba, participando das reuniões e trabalhos da OASE, costurando para o Projeto Almofadas do Coração.
Hoje, aos 97 anos, lúcida e saudável é o pilar da família. Amada e admirada por netos, filhos e nora. Até hoje costura, faz crochê, assiste aos noticiários da TV, critica os políticos, lê romances.
Uma mulher de fibra.
História escrita por Sylvia Niel, filha.
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