Campanha Em comunhão com as viDas das mulheres


História de vida de Alda Pagelkopf

24/11/2016

 

Nome: Alda Pagelkopf
Membro da IECLB: A partir do Matrimonio
Comunidade: Paróquia Evan. De Confissão Luterana Vila Itoupava, Blumenau/SC
Sínodo: Vale do Itajaí

O olhar do neto sobre uma mulher luterana:

A pessoa que vos escreve essa mensagem é Felipe Emílio Gruetzmacher.

Faço questão de mencionar algo sobre minha avó, Alda Pagelkopf, nascida Dix, falecida recentemente. Minha produção literária lança luz sobre a questão da herança deixada por ela em se tratando de valores morais e cristãos.

Conforme cita o artigo “500 anos de Reforma Protestante e as mulheres”, há uma frase no prefácio do Regulamento da Caixa Comunitária em Leisnig, por exemplo, onde constam as palavras: “não há maior culto a Deus do que o amor cristão que ajuda e serve aos carentes”.

É preciso entender as tradições bíblicas e o fundamento deixado pela Reforma Luterana para compreender a filosofia que norteava Alda.

Assim, Alda doava-se, de corpo e coração, oração e espírito, para a família, as amizades e a Igreja presente em Vila Itoupava, Blumenau. A sabedoria possibilitou que ela aconselhasse a todas com palavras encorajadoras e otimistas.

Otimismo e entusiasmo são coisas diferentes. Otimismo é torcer para que algo dê certo. Entusiasmo é fazer a coisa certa, com alegria e afinco, sem expectativas ou tentativas de controlar cada aspecto da caminhada que é a vida. Oma Alda era entusiasta e, em vez de acalentar expectativas, nutria esperança, que é acreditar que vamos, a longo prazo, ficar bem, mesmo por caminhos tortuosos ou eventuais desvios.

Trabalhou como professora primária, casou com Allido Pagelkopf e teve dois filhos, Karin e Loreno. Movida pela fé e oração, levava uma vida simples, contentando-se com pequenas coisas.

Mesmo tendo esposo evangélico, frequentava cultos católicos. A igreja católica local não via com bons olhos o fato de ela ter contraído matrimônio com um luterano.

A partir daí, virou protestante. Alda serve como exemplo para pensar a religião de antigamente, como as estruturas institucionais e hierárquicas silenciavam os dissidentes.

Sempre se surpreendia com o sorriso do neto, contentava-se em conversar com os filhos, alegrava-se com o convívio humano possibilitado pelos grupos da Igreja como a OASE.

Rompida a unidade cristã, é exposta a cisão do povo de Deus. Para além de todo o ritualismo e da religiosidade sem substância, a Igreja caminhou num sentido de unificar diferentes crenças e incluir os destoantes no âmbito do ecumenismo, nesse presente momento, mas ainda falta fortalecer o diálogo com diferentes perspectivas e paradigmas, como as outras crenças e até mesmo a ciência.

Com recuos, idas e vindas, ela construiu uma linda família, educou filhos, netos e bisnetos, tornou-se temente a Deus, serviu a Igreja e foi uma pessoa de bem. Podemos ter certeza de que a esperança e não a expectativa se concretizou: ela está descansando nos braços de Deus.


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