Você tem medo da morte?

01/11/2009


A pergunta do título pode parecer agressiva, mas quer apenas ser provocativa para uma realidade inescapável: somos mortais. Diante da proximidade do dia de Finados e da crise que este tema causa, pois mexe com nosso ser e com nossos relacionamentos, vamos encarar a questão da morte.

A morte nos choca, pois o natural é querermos viver. A morte interrompe bruscamente sonhos, relacionamentos, histórias. Entendemos isso claramente ao lembrarmos de pessoas queridas que se foram. Por isso, podemos dizer que a morte é um absurdo. Sartre afirma: “A morte não é uma experiência minha, mais que as outras. Além disso, a morte não pode, de jeito nenhum, ser esperada (...) Porque ela não é senão a revelação da absurdidade de toda espera, mesmo justamente da espera dela mesma”. Em outras palavras, em nossa existência estamos a caminho da morte, mas ela não faz parte de nossos projetos. Está em meu futuro, mas não é meu futuro.

Diante desta contradição a humanidade tem procurado dar um sentido religioso ou filosófico para a dureza da morte. Contudo, há um problema: discursos e teorias não abrandam, não respondem e nem consolam, pois não conseguem de fato responder ao problema. Cito como exemplo Platão que em seu famoso diálogo Fédon, usa analogias da natureza para demonstrar que existe vida após a morte, como a “morte” de uma lagarta que se transforma em borboleta. Todavia, ele sabia que as borboletas também não vivem para sempre, apenas tentou mostrar que a morte pode não ser o fim. Ou seja, a reflexão sobre o tema nos faz pensar, até pode trazer alguma esperança, mas não responde nada de fato.

Por isso, quero convidar você a olhar para quem passou pela morte e a venceu: Jesus Cristo! Em João 14.1-6, Jesus afirma que iria ao céu para preparar uma casa onde os que creem nele possam morar. Podemos pensar isto é simplista, é infantil, também não responde todas as perguntas sobre a morte. Sim, mas na verdade o que nós precisamos não é de termos todos os conhecimentos sobre a morte, mas de alguém que nos conduza e que saiba o que diz. Em outras palavras, se vou viajar de avião, não preciso entender todo o funcionamento de uma aeronave, mas preciso que um bom piloto me guie num avião seguro. Jesus venceu a morte, vamos deixar Ele nos guiar. Isto de fato é simples, mas é a mais profunda verdade que há na humanidade. A fé e confiança em Jesus, que Ele nos perdoa e nos salva, é o suficiente diante da morte.

Claro que a fé cristã também nos ajuda a termos convicção e segurança diante de algumas questões que são ditas sobre a morte. A filosofia de Platão muito influencia nossa sociedade com a ideia da imortalidade da alma e a separação entre corpo e alma. Temos que afirmar que a Bíblia fala de nossa mortalidade (2 Samuel 14.14). Quando morremos não tem nada em nós que possa garantir continuidade. Justamente aí entra a fé, a convicção que dependemos totalmente do agir de Deus. Ou seja, minha alma não é imortal, mas eu creio em um Deus Eterno que, por amor ao mundo, enviou Seu Filho Jesus, que morreu para me perdoar e ressuscitou para dar vida eterna.

Assim, a Bíblia fala sobre a morte e ressurreição. Sugiro que você leia I Coríntios 15. Ali diz que os mortos estão dormindo (v.20), à espera do juízo, a morte será o último inimigo a ser destruído (v.26).

A morte assusta? Ouça o que diz Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?” (João 11.25-26). Estas palavras nos chamam à fé, a descansarmos confiadamente em Cristo.

Viva em paz com relação ao futuro, entregando-o ao Senhor. No presente, construa seus relacionamentos hoje. Muitos vivem correndo, sem parar para cuidar dos seus e quando se vão, experimentam o arrependimento de não terem valorizado devidamente o tempo que Deus lhes deu para viverem. Por isso, demonstre carinho pelas pessoas com quem convive, perdoe e peça perdão, não deixando que mágoas e sentimentos de amargura se instalem. Diante da morte de alguém querido, chore e coloque sua dor na presença do Senhor, mas lembre: sofremos com a dor da saudade, mas se estamos em Cristo sabemos que Ele ainda enxugará toda lágrima, no lar onde não mais existirá a morte (Apocalipse 21.3-5).

P. Luiz Henrique Bollmann
Par. São Marcos


Autor(a): CEJ - Comunidade Evangélica de Joinville - UP
Âmbito: IECLB
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 7866
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