Na metrópole, nós nos diluímos, cada vez ficamos mais afastados e perdemos todo contato. Chegando à cidade do Rio de Janeiro não sabemos onde estão as coisas que precisamos, aprendemos qual supermercado ir, qual a forma de ir ao trabalho, onde estão as opções de lazer que gostamos. Por outro lado, ninguém tem tempo para nada. Gasta-se tantas horas semanais nos traslados que chegamos em casa exaustos e sem muita vontade de fazer alguma coisa. O domingo fica como o único dia para descansar e desfrutar.
Numa ocasião, escutei de uma pessoa ativa na sua comunidade de fé: “eu nem sabia que aqui tinha igreja luterana”. Geralmente, aparecem outras prioridades ou necessidades que fazem parecerem que não é preciso reunir-se em culto. Mas, esquecemos que o espiritual é uma prioridade para o ser humano. Achamos que sozinhos podemos resolver tudo, que não precisamos de outros irmãos na fé.
Cristianismo é uma religião comunitária, vejam nossos templos. Não são lugares onde as pessoas não podem entrar. Ao contrário de outras religiões, os luteranos têm acesso a todos os lugares sagrados sem restrição. Isso também reflete na forma como realizamos nosso culto. Somente celebramos culto com a comunidade reunida. Não existe a possibilidade do pastor fazer o culto sem pessoas presentes.
Justamente por sermos uma religião comunitária é que podemos ressaltar que as relações são importantes e valiosas. A experiência tem sido justamente no caminho contrário. Quando alguém fica doente ou empobrece, simplesmente desaparece do convívio comunitário. E nós como comunidade de fé, muitas vezes, não vamos atrás para ver o que aconteceu com essa pessoa. Sem querer esquecemos que a oração dos irmãos e irmãs da fé faz diferença na vida das pessoas. Pois, nos sentimos parte de algo maior e nos sabemos carregados e sustentados de forma bem concreta.
A preocupação pelos irmãos de fé não surge de interesses mesquinhos, como por exemplo, do pagamento da contribuição. Ao contrário surge de interesses altruístas que procuram um bem maior. Justamente isso nos lembra o lema do mês de março:
Assim como o meu Pai me ama, eu amo vocês; portanto,
continuem unidos comigo por meio do meu amor por vocês. João 15.9
Fica o convite para que você continue sua vida de fé na comunidade. Lembre-se você não está sozinho! Você não está sozinha!
P. José Kowalska
Texto publicado no boletim de março 2016