No dia a dia de nossas vidas encontramos diversas pessoas. Pessoas com diferentes costumes, raças, profissões, jeitos de pensar e agir, diferentes idades, posição social...
Pessoas não são máquinas ou robôs que a gente pode manusear ou manejar como bem entende. Pessoas são criadas a imagem e semelhança de Deus. Pessoas podem até ser gêmeas ou parecidas, porém aos olhos de Deus são únicas e especiais.
Nesta semana, do dia 21 a 28/08, lembramos a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência. Saber lidar e conviver com estas pessoas, às vezes, é um desafio para a família e mesmo para a comunidade. Pois, querendo ou não, ainda existe muito preconceito e desinformação sobre o assunto.
Geralmente quando uma mulher está grávida o que mais se ouve quando alguém pergunta a mãe se gostaria de ter um filho ou filha é: “tanto faz deste que nasça com saúde”. No termo “saúde”, muitas vezes, está implícita a questão da criança nascer sem uma deficiência. Mas temos que cuidar, pois deficiência não é sinônimo de doença. Deficiência nos mostra que nós somos seres humanos e que as limitações e deficiências fazem parte da vida.
Nossa sociedade valoriza muito a forma física e assim, quando nasce uma criança com deficiência toda a família é abalada e, geralmente, entra numa espécie de crise. Neste momento é necessário o apoio, a presença da comunidade, a solidariedade para fazer a família compreender que Deus age e se manifesta de diversas maneiras. A família precisa se reestruturar e aprender a viver com a pessoa deficiente. Aliás, ter uma deficiência não significa que o potencial da pessoa é anulado, mas é saber redescobrir diferentes habilidades e formas de encarar a vida.
Atualmente temos um menino no grupo do ensino confirmatório que tem dificuldades de caminhar. Para nós, como comunidade, a presença deste menino nos fez refletir nos demais grupos toda a questão da deficiência, da construção e instalações de nossos templos, das atividades práticas que são usadas no culto infantil e mesmo nas dinâmicas que são usadas no ensino confirmatório. Por parte dos colegas existe um carinho, preocupação e atenção especial para que este menino se sinta incluído e possa participar das atividades.
Aqui muito bem se encaixa o texto onde Jesus diz aos seus discípulos: “Quem vos acolhe, acolhe a mim, e quem me acolhe, acolhe Aquele que me enviou” (Mt 10.40). Ou como diz um ditado popular: “Ninguém é tão forte e poderoso que não precisa da ajuda. Ninguém é tão frágil e desvalido que não possa ajudar”.
É necessário saber trabalhar o acolhimento, os limites que temos enquanto seres humanos. O apostolo Paulo chega a falar em um corpo e muitas partes (cf. 1Co 12.12-27), e onde cada parte é importante e essencial para a formação do corpo, ou melhor, cada parte é importante e essencial para o bom andamento da comunidade.
Roili Borchardt
Pastora Vice-Sinodal
Sínodo Sul-Riograndense