Vivendo Diaconia

17/01/2017

Clarice é minha inspiração para a persistência na diaconia; no servir a Deus através de gestos de bondade e cuidado. Liguei pra Clarice pra saber se ela me permitiria relatar minha maneira de olhar a vida dela e ouvi: - Claro pastora pode sim. Assim, sem exigência e com tranquilidade ela me respondeu.

Clarice Boeck nasceu em Tenente Portela /RS, com 16 anos passou a viver no coração do estado de Rondônia: em Pimenta Bueno. Nasceu em julho de 1954, mas importa aqui a data de seu batismo: 15 de agosto de 1954. Eu a conheci 48 anos depois em Cacoal quando servi enquanto pastora na Paroquia dos Migrantes em Cacoal. A presença dela fez toda a diferença na minha ação pastoral daqueles seis anos e ainda faz a diferença na minha vida hoje. A Clarice é daquelas mulheres que se a gente conhece o relato de vida vai pensando: Ela tem motivos pra desacreditar de tudo. O pai foi morto de forma covarde no caminho de volta do culto na comunidade onde era presbítero, a filha faleceu aos primeiros minutos de vida e o povo ia dizendo: nesta família acontecem mesmo tragédias. Clarice foi enfermeira de coração e professora de profissão. Hoje ela tem sobrinhos e sobrinhas de sangue e muitos filhos e filhas de coração. Eu não me lembro do dia em que a conheci e nem dos nossos primeiros contatos, parece que ela entrou na minha vida tão naturalmente como permanece ainda hoje. No entanto eu recordo do testemunho de pessoas que me diziam quando eu tinha alguma dúvida no trabalho pastoral: - Pergunta pra Clarice; quem resolve isso é a Clarice; chama a Clarice; quem sabe isso é a Clarice! Ela é daquelas mulheres que cumprem a palavra:- Quando eu me aposentar vou me dedicar à diaconia! E assim fez: ela visita doentes e conhece cada idoso na Comunidade onde é presidente ou na Paroquia onde foi secretária por muitos anos. Também é ela quem pega na pá e na escavadeira pra fazer massa e buraco para, em mutirão construir as salas para as crianças, confirmandos e jovens. É quem escreve as atas e descasca as batatas e isso não é simples rima, mas comunitariamente verdade. Em minha bíblia está marcado na página do Salmo 27 a data de 24 de julho de 2004 e o nome da Clarice. Foi esse o texto que ela escolheu para a celebração de seus 50 anos e as Bodas de Prata do irmão Enio e a cunhada Olga. O versículo quatro foi destacado: “A Deus, o Senhor, pedi uma coisa, e o que quero é só isto: que ele me deixe viver na sua casa todos os dias da minha vida, para sentir, maravilhada, a sua bondade e pedir a sua orientação.” E é como se este versículo fosse o espelho da vida da Clarice, alguém que persiste na oração e enquanto isso realiza diaconia / ação.

Já fazem seis anos que estou orando por esta situação pastora! Essa é uma das frases que ouvi mais de uma vez naquele ano de 2004. A Clarice não sabe, mas com este testemunho salvou a mim de alguma crise ou angustia. Era o exemplo que eu precisava naqueles meses: a persistência na oração e na fé. A Clarice não é mais uma mulher anônima que na historia da IECLB e da Reforma fazem toda a diferença. Ela tem nome e sobrenome, endereço e data de batismo e pra quem ainda não sabia, eu conto agora: ela tem um sonho: dançar de forma livre e animada como o pai e a mãe dançavam naqueles dias passados no Rio Grande do Sul. Chegaram em 1972 no meio da mata de Pimenta Bueno/RO. Essas coisas são testemunho de fé e vida de mulheres e de tantas Clarices nesta IECLB.
 


Autor(a): Pa. Lisa Brehm
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Área: Missão / Nível: Missão - Mulheres
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 40918
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