ViDas em Comunhão

Caderno de Estudos para Mulheres/OASE

04/03/2014

ENCONTRO nº__ Dia __/__/____
Departamento de Mulheres/OASE do Sínodo da Amazônia
Pª Carla Taís Krüger Bersch
 Paróquia Evangélica de Confissão Luterana de Três de Maio – RS

Material necessário: papel A4, papel pardo, canetinhas, lápis de cor, giz de cera, pincel, tintas.
Anúncio da Temática: desenhar uma grande árvore num papel pardo, colorir a árvore com folhagens verdes e flores coloridas, desenhar as borboletas, pintá-las e recortá-las, colar as borboletas sobre as flores da árvore somente no final do encontro, sendo que as borboletas e a árvore já devem estar prontas. No final do encontro pede-se para que cada participante cole sua borboleta na árvore. Sugestão: as mulheres poderiam apresentar esse trabalho no final do culto da Pessoa com Deficiência.
Saudação: Saudar a todas com as boas vindas. Ler o versículo Jeremias 29.7. “Trabalhem para o bem da cidade... orem a mim, pedindo em favor dela, pois, se ela estiver bem, vocês também estarão”. Amém
Desejar um abençoado encontro em que todas poderão louvar a Deus e refletir na Palavra de Deus em comunhão.
Hino:
Oração. Amado Deus nós te agradecemos por teu cuidado e por Tu nos trazeres até aqui nesta manhã/tarde/noite. Permita que tenhamos um encontro abençoado com nossas irmãs na fé. Que possamos te render louvores e compreender a tua palavra que será proferida. Em nome de Jesus. Amém
Hino.
Introdução: Estamos na Semana Nacional da Pessoa com Deficiência e o tema do ano de 2014 nos fala de: “Vidas em Comunhão”. Este tema nos desafia a viver a comunhão inclusiva em nossas comunidades. Em Atos 10. 34, que diz: “Deus não faz acepção de pessoas, pelo contrário, em qualquer nação aquele que o teme e faz o que é justo é aceitável”. Em Romanos 2.11 nos é dito: “Para Deus não há acepção de pessoas”.
Reflexões sobre o texto: Trazendo a reflexão dos versículos bíblicos para nossa realidade percebemos que Deus não faz diferença entre as pessoas. Não faz diferença como nós, muitas vezes, costumamos fazer. É comum presenciarmos pessoas que ignoram as Pessoas com Deficiência - PcD. Vivemos numa sociedade que valoriza a aparência e a beleza física. O destaque é para pessoas bonitas e saudáveis. Algo que para Deus não interessa. Deus não faz acepção de pessoas e Ele espera que também nós não a façamos. Deus não discrimina as pessoas com deficiência. Para Ele estas diferenças entre as pessoas, baseada neste valor, é injusta e preconceituosa.
Nesse sentido, a busca por uma vida digna para todas as pessoas é tarefa nossa, é compromisso cristão. O tema da IECLB nos diz: “Vidas em Comunhão”! Mas o que estamos fazendo para incluir em nosso meio as PcD, para que assim elas se sintam em comunhão? No evangelho de Marcos 3.3, Jesus diz: “Levanta-te, vem para o meio!”. Estas palavras nos motivam a lutar por todas as PcD. Maior do que a cura é o milagre da inclusão, do levantar o humilhado e de trazer a pessoa com deficiência para o meio da sociedade. Este é o resgate que Jesus realizou quando curou aleijados, cegos, mudos, coxos e os dignificou como pessoas.
Interessante nos perguntar: quando falamos de PcD de quais deficiências lembramos? Deficiência Física, Deficiência Auditiva, Deficiência Visual, Deficiência Mental e Deficiência Múltipla. Mas e as deficiências que a vida nos impõe? Você já se deu conta que qualquer pessoa, “digamos normal”, está sujeita a se tornar uma PcD? Por exemplo: um acidente, um derrame, um infarto, uma doença degenerativa. Além disso, quando envelhecemos, em certos casos, nos tornamos totalmente dependentes daqueles que nos cercam. O que fazer diante dessa situação? Ignorar estas pessoas? Esquecê-las? Ou amá-las? Acredito que em nossas Paróquias e Comunidades há muitas pessoas que vivem em meio a estas deficiências.
Há poucos meses atrás, em pleno 2014, ouvi de uma mulher a expressão: “Filho com deficiência é pecado, é castigo de Deus – uma cruz para ser carregada”. Será mesmo? Não! E diante dessa colocação, fico pensando: quantas são as famílias que vêem seus “parentes com deficiência” como um castigo de Deus. Ainda hoje, muitas pessoas olham com pena para uma PcD, outras pessoas, porém, olham com admiração quando percebem que elas também podem conquistar seu espaço.
Para entendermos melhor o texto bíblico trago uma pequena estória de Rubens Alves com o título: “Como nasceu a Alegria.
Ilustração: Há muitos anos atrás a terra era um jardim maravilhoso. É que os anjos, ajudados pelos elefantes, regavam tudo, com regadores cheios de água que eles tiravam das nuvens. Esta era a sua primeira tarefa, todo dia. Se esquecessem, todas as plantas morreriam, secas, estorricadas. Para que isso não acontecesse, Deus chamou o galo e lhe disse: Galo, logo que o sol aparecer, bem cedinho, trate de cantar bem alto para que os anjos e os elefantes acordem. E é por isto que, ainda hoje, os galos cantam de manhã. Flores havia aos milhares. Todas eram lindas. Mas, infelizmente, todas elas eram igualmente vaidosas e cada uma pensava ser a mais bela. E, exibindo as suas pétalas, umas para as outras, elas se perguntavam, sem parar: Não sou a mais linda de todas? Até pareciam a madrasta da Branca de Neve. Por causa da vaidade, nenhuma delas ouvia o que as outras diziam e nem percebiam que todas eram igualmente belas. Por isso, todas ficavam sem resposta. E eram, assim, belas e infelizes. No meio de tanta beleza infeliz, entretanto, certo dia uma coisa inesperada aconteceu. Uma florzinha, que estava crescendo dentro de um botão, e que deveria ser igualmente bela e infeliz, cortou uma de suas pétalas num espinho, ao nascer. A florzinha nem ligou e vivia muito feliz com sua pétala partida. Ela não doía. Era uma pétala macia. Era amiga. Até que ela começou a notar que as outras flores a olhavam com olhos espantados e excludentes. E percebeu, então, que era diferente. Por que é que as outras flores me olham assim, papai, com tanto espanto, olhos tão fixos na minha pétala? Por que será? Que é que você acha? Perguntou o pai. Na verdade, ele bem sabia de tudo. Mas ele não queria dizer. Queria que a florzinha tivesse coragem para olhar para as vaidosas e amar a sua pétala. Acho que é porque eu sou meio esquisita a florzinha respondeu. E ela foi ficando triste. Não por causa da sua pétala rachada, mas por causa dos olhos das outras flores. Já estou cansada de explicar. Eu nasci assim! Mas elas perguntam, perguntam, perguntam. Até que ela chorou. Coisa que nunca tinha acontecido com as flores belas e infelizes. A terra levou um susto quando sentiu o pingo de uma lágrima quente, porque as outras flores não choravam. E ela chamou a árvore e lhe contou baixinho: A florzinha está chorando. E a terra chorou também. A árvore chamou os pássaros e lhes contou o que estava acontecendo. E, enquanto falava, foi murchando, esticando seus galhos num longo lamento, e continua a chorar até hoje, à beira dos rios e dos lagos, aquela árvore triste que tem o nome de chorão. E das pontas dos seus galhos correram as lágrimas que se transformaram num fiozinho de água. Os pássaros voaram até as nuvens. Nuvens, a florzinha está chorando. E choraram lágrimas que se transformaram em pingos de chuva. As nuvens choraram também, juntando-se aos pássaros numa chuva enorme, choro do céu. As lágrimas das nuvens molharam as camisolas dos anjinhos que brincavam no céu macio. E quiseram saber o que estava acontecendo. E quando souberam que a florzinha estava chorando, choraram também. E Deus, que era uma flor, começou a chorar também. E a sua dor foi tão grande que, devagarzinho, como se fosse espinho, ela foi cortando uma de suas pétalas. E Deus ficou tal e qual a florzinha. E aquele choro todo, da terra, das árvores, dos pássaros, dos anjos, de Deus, virou chuva, como nunca havia caído. O sol, sempre amigo e brincalhão, não agüentou ver tanta tristeza. Chorou também. E a sua boca triste virou o arco-íris. E as chuvas viraram rios e os rios viraram mares. Nos rios nasceram peixes pequenos. Nos mares apareceram os peixes grandes. A florzinha abriu os olhos e se espantou com todo aquele reboliço. Nunca pensou que fosse tão querida. E a sua tristeza foi virando, lá dentro, uma espécie de cócegas no coração, e sua boca se entortou para cima, num riso gostoso. E foi então que aconteceu o milagre. As flores belas e infelizes não tinham perfume, porque nunca riam. Quando a florzinha sorriu, pela primeira vez, o perfume bom da flor apareceu. O perfume é o sorriso da flor. E o perfume foi chamando bichos e mais bichos. Vieram as abelhas, vieram os beija-flores, vieram as borboletas e vieram as crianças. Um a um, beijaram a única flor perfumada, a flor que sabia sorrir. E sentiram, pela primeira vez, que a florzinha, lá dentro do seu sorriso, era doce, virava mel.
Esta é a estória do nascimento da alegria. De como a tristeza saiu do choro, do choro surgiu o riso e o riso virou perfume. A florzinha não se esqueceu de sua pétala partida. Só que, deste dia em diante, ela não mais sofria ao olhar para ela, mas a agradava, como boa amiga. Quanto aos regadores dos anjos, nunca mais foram usados. De vez em quando, olhando para as nuvens, a gente vê um deles, guardado lá dentro, já velho e coberto de teias de aranha. Enquanto a florzinha de pétala partida estiver neste mundo, a chuva continuará a cair e o brinquedo de roda em volta do seu sorriso e do seu perfume não terá fim. (Como nasceu a alegria - Rubens Alves)
Tanto como os versículos bíblicos de Atos e Romanos, também a estória de Rubens Alves, nos mostra que, como filhos e filhas de Deus, somos convidados e convidadas a amar e respeitar as pessoas, independente da cor, da raça, por serem altas ou baixas, gordas ou magras ou por terem ou não uma deficiência, pois para Deus não há acepção de pessoas (Romanos 2.11). Cristo nos convida a respeitar e amar todas as pessoas. Nós somos iguais? Não! Deus nos fez diferentes. Somos parte da diversidade da criação de Deus e, assim, cada pessoa com o seu jeito de ser é convidada a testemunhar o grande amor de Deus. As diferenças de forma alguma podem diminuir a dignidade das pessoas com deficiência. Creio que a mais fantástica superação é quando as pessoas portadoras de deficiência são incluídas na vida social e comunitária, tratadas com respeito e como pessoas, sentindo-se vivas e companheiras e achando que isso é bom e vale a pena.
Dessa maneira Vidas em Comunhão significa incluir e fazer diferença no local onde vivemos a partir do exemplo de Jesus. Que cada pessoa se sinta acolhida e abraçada por Deus do jeito que é, e que este gesto de Deus nos motive a acolher e abraçar quem está ao nosso lado. Amém
Hino:
Oração final. Bondoso e eterno Deus! Graças te damos pela oportunidade de estarmos aqui reunidas para lutar pelo espaço dos teus filhos e filhas com deficiência. Tu és um Pai de todas as nações e povos. Por isso te pedimos: purifica nossos corações de todos os temores e preconceitos que ainda ameaçam o nosso ser, e interpela-nos no mais profundo do nosso corpo físico e do nosso espírito. Vem a nós, e faz o que for necessário para abrir nossos olhos e transformar nossos corações, a fim de podermos fazer o que é certo. Assim, segundo a tua vontade, faça que reconheçamos uns aos outros como irmãos/as amados e como filhos/as do teu amor. Isso nós te pedimos em nome de Jesus, que destruiu os preconceitos, tocou, curou e amparou todas as pessoas. Amém.
Avisos:
Hino final:
Bênção:
 


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Autor(a): Pª Carla Taís Krüger Bersch
Âmbito: IECLB / Sinodo: Amazônia
Título da publicação: Caderno de Estudos para Mulheres/OASE 2014-2015 / Ano: 2014
Natureza do Texto: Educação
Perfil do Texto: Estudo
ID: 27067
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Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma que o busca.
Lamentações 3.25
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