VIAJAR...VOAR...

05/03/2014


“Viajar é mudar a roupa da alma.”
Mário Quintana



Com o coração cheio de saudades e alegria compartilho minhas férias nos cantões do Equador. País hospitaleiro e acolhedor que sempre me recebe com carinho e música “calliente”. Fevereiro marcou pra vida toda! Conhecer outra cultura, novas paisagens, outros horizontes, falar outro idioma, apreciar comidas totalmente desconhecidas, dançar ritmos diferentes, celebrar a vida com outro céu e outro sol!! A vida intensa abençoada por Deus se revela além das fronteiras que as próprias pessoas constroem em torno de si mesmas. A alma necessita trocar de roupa, cambiar as cores, nutrir os sonhos, motivar reencontros, estimular novos rumos. Conviver com novas pessoas, outro povo, dialogar, rir juntos, compartilhar os mundos, traz saúde e esperança pra roda da Vida.

Como descrever o sabor de tantas frutas deliciosas e mil vezes mais doces que as brasileiras??!! O sol no Equador é mais reluzente e próximo da terra(assim me explicaram) e por isso tudo é mais doce e cresce mais. A banana da terra é enorme. As cenouras e beterrabas tem gosto de mel. Os morangos, ameixas, framboesas e uvas são mais coloridas. A mandioca se desmancha! O mamão e o cacau são o dobro do tamanho daqueles que conhecemos. Os temperos e as ervas deixam toda a feira cheirosa. O milho branco e graúdo traz um toque especial na sopa. A banana verde frita ganha a concorrência com a batatinha industrializada. E o chocolate quente, que sensação!! A manga tem a textura de manteiga e o sabor exótico da linha do Equador.

E as paisagens? Faltam palavras... rios clarinhos com pedras redondas que aprendi a usar pra socar o alho na cozinha. Tomar banho de rio sem esgoto, sem agrotóxico, sem desfiles de corpos. Senti aquela alegria de criança adormecida ao brincar junto das crianças que pulavam do alto das árvores pra dentro do rio, sem precisar colocar no instagram.

Já do alto se avista os arrozais em piscinas naturais por todo o Guayas. Amendoim, milho, manga, palmeiras, cacau, banana e mais banana. Tem planícies a perder de vista. Na próxima vez, sim porque já me fizeram prometer uma volta, irei conhecer a parte serrana, os vulcões, a neve nas pontas das altas montanhas e sentir a altitude que faz mariar.

E a gente linda e espontânea!!?? Uma mistura de povos formando um povo alegre e perseverante! Em todas as casas, em todas as igrejas, em todas as praças e mercados públicos visitados senti o calor humano acolhedor. Celebrei muitas vezes com as irmãs e irmãos católicos, levando uma mensagem em “portunhol” e cantando as canções que também conhecemos: “Buscai primeiro o Reino de Deus”, “Damos graças ao Senhor”, “O profeta”, e tantas outras canções do Padre Zézinho que nós luteran@s gostamos de cantar nos cultos. Nas missas me sentia em casa, ouvindo e refletindo os mesmos textos bíblicos que no Brasil igualmente eram propagados. Apenas passava muita vergonha quando necessitava explicar que a minha denominação é evangélica luterana, mas que não cultua e vende a sua alma ao dinheiro. Muitas são as “igrejas” importadas do nosso país que fazem de tudo em nome de Deus.

Agradeço por esta oportunidade que Deus me regalou! Viajar, trocar a roupa da alma, voar por campos desconhecidos e conhecer outros cantos, outras melodias, outro jeito de mirar o mundo... E você quando tiver como viajar, mesmo que seja pra bem perto, não pense duas vezes, bata as asas, vá ao encontro de coisas novas, leve o melhor que você tiver e semeie por onde passar, e volte com novas sementes pra renovar o seu jardim...

 


Autor(a): Pa. Elisabet Lieven
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 27085
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Romanos 8.16
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