Variedades - Bibliotecas - Um pouco de história

01/12/1999

Variedades

Bibliotecas - Um pouco de história

A história das bibliotecas está ligada à história do desenvolvimento da civilização humana. Não podemos separar as duas. Desde o início, as pessoas produziram conhecimento. E este, para ser preservado, tinha que ser guardado. Neste sentido, também as pinturas rupestres encontradas em cavernas ou esculturas deixadas por civilizações antigas que não dominavam a escrita podem ser entendidas como bibliotecas. Essas imagens nos transmitem um conhecimento que essas culturas desenvolveram e quiseram preservar.

Os reis assírios, sumérios e babilônicos possuíam seus arquivos. Estes usavam placas de argila como forma de armazenar a informação desejada. Nestas placas faziam-se inscrições cuneiformes (umas das primeiras formas de escrita) para registrar os dados. Em uma escavação arqueológica na região de Nínive foram descobertas 22 mil placas do século VII antes de Cristo!

Com a utilização do papiro houve um avanço na forma de preservar a informação. Este material é mais flexível e leve do que as placas de argila, porém ainda frágil. O papiro é uma planta originária das margens do Rio Nilo e já era utilizada pelos egípcios no século IV antes de Cristo. Foi durante séculos a forma mais popular de produzir documentos escritos. Os documentos produzidos eram enrolados em faixas que tinham geralmente 20 cm de largura por 8 metros de extensão. Estes rolos eram denominados de volumen.

O passo seguinte foi a utilização de deles de mamíferos, tratadas para preservar a informação produzida. A pele de carneiro era a mais utilizada. Os documentos eram também enrolados, mas em alguns casos eram recortados e unidos em uma margem. Inicia-se aqui a produção daquilo que, no futuro, viria a ser chamado de livro.

Na Idade Média, era extremamente dispendioso produzir um livro, visto que todo o processo de produção era manual. O pergaminho tinha que ser preparado. Os vários exemplares de um mesmo texto tinham que ser copiados individualmente pelos monges copistas. Também as ilustrações eram feitas individualmente. Por isso não é de se estranhar que, em muitas bibliotecas, os exemplares eram presos por correntes às mesas de leitura. Possuir um livro era algo de muito prestígio, pois ele era um item muito caro.

Com o surgimento do papel, no século XII, e a invenção do tipo móvel por Gutenberg, no século XV, houve uma proliferação na produção e no registro da informação produzida pela sociedade humana. Se o papiro e o pergaminho eram extremamente caros, o papel e a produção em série permitiram que as pessoas (reis, banqueiros, comerciantes) e instituições (universidades, mosteiros, cortes reais) pudessem ter suas bibliotecas ampliadas.

Hoje, estamos vivendo uma outra fase do desenvolvimento do registro da informação. Em muitos locais não se utilizam mais meios físicos (papel, livros) para registrar os dados. São utilizados meios eletrônicos para isso (computadores, CD-ROM, Internet). Esta nova fase tem influência direta na maneira como as pessoas e as bibliotecas organizam o material que têm à sua disposição.

Atualmente, as pessoas têm um acesso fácil à informação. A produção de um livro também foi muito facilitada pelo advento das mais diferentes tecnologias. Para quem possui computador então nem se fala. Hoje podemos ter acesso a enciclopédias em um único CD-ROM. Milhares de páginas impressas em um único disco por um preço razoavelmente baixo. Fica, contudo, um grande desafio: O que fazer com toda essa quantidade e variedade de informação que temos à nossa disposição? Será que a facilidade de termos acesso à informação está gerando conhecimento? Avançamos na construção do conhecimento da mesma forma como avançamos na maneira de preservar a informação por nós produzida?


Estas informações foram compiladas por Germano Streese


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Autor(a): Germano Streese
Âmbito: IECLB
Título da publicação: Anuário Evangélico - 2000 / Editora: Editora Sinodal / Ano: 1999
Natureza do Texto: Artigo
ID: 33064
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