A sala de aula estava lotada com pais. O professor chegou carregando consigo uma pequena caixa. Após cumprimentar os pais, em silêncio, retirou da caixa e colocou uma toalha branca bordada sobre a mesa. Espalhou sobre ela algumas pérolas que tirou de um saquinho de couro. Em seguida, num vaso de cristal, pôs flores perfumadas. Depois apanhou, de sua caixa, diversos e belos enfeites. De maneira harmoniosa, os distribuiu sobre a mesa. Por fim, diante do assombro de todos, em meio aos demais objetos, colocou uma pequena gaiola, com uma enorme aranha. Dirigiu-se, então, aos ouvintes perguntando: O que é que os amigos estão vendo? Algumas vozes responderam discordantes: Uma aranha! Um bicho venenoso! Perigo! Então, o professor considerou: Queridos pais! Assim é com a crítica destrutiva. Diante de vocês há uma bela toalha bordada por minha avó. As flores embelezam e perfumam o ambiente. Algumas pérolas rolaram e caíram. Mas, ninguém aproximou-se para ajuntar. Mas, aos olhos de todos, não passou despercebida a caranguejeira. Sorridente, concluiu: A direção escolar solicitou que conversasse com vocês sobre motivação. Quantas vezes somos cegos para as coisas valorosas da vida e das pessoas? Se o filho mostra seu boletim escolar repleto de boas notas, com apenas uma nota baixa em determinada matéria, qual é a sua reação? Você enfatiza e elogia as notas boas ou reclama da nota baixa? Quando agimos assim, sem perceber contribuímos para a formação de uma geração que será caracterizada pelo que “não é” e não por aquilo que “é”. Assim acontece em muitas situações em nossa vida. Em vez de focarmos nas artes, flores e pérolas, colocamos nossa atenção naquilo que assusta ou que causa estranheza.
“Manhãs” com Sérgio Lopes.