Certa vez Jesus disse aos seus discípulos que, ao colocarem a mão no arado, não deveriam ficar olhando para trás (Lucas 9.62). Jesus trata da vida dedicada ao Reino. Não é recomendável, muito menos correto, sentir saudades da vida sem Deus, sob a direção do pecado. Aceito as palavras do Mestre, mas vou propor uma pequena cláusula. É necessário olhar atrás, avaliando o que era a vida no passado e o que ela é hoje, louvando ao Senhor pelo progresso. Outra... Também pode ser mal interpretado o conselho de Paulo: Já que sou uma nova criatura (2 Coríntios 5.17), faço de conta que o meu passado está apagado. Já vi gente trocando de mulher após a conversão, justificando que antes vivia no pecado. Já ouvi de criminosos, desejosos de livrar-se da sua pena, levantarem as mãos, dando glórias, no anseio da liberdade pregar a Palavra. Compromisso é compromisso, pena é pena! Quem me justifica é Cristo. Não sou eu quem “me” justifico com o Evangelho. Vou mudar de assunto, sem sair do assunto. Há muitos anos frequento academia. Existem aqueles que entram na academia para ganhar um corpo perfeito, sem gordurinhas. Vão à academia só olhando para o futuro, aquilo que desejam. Está certo... Mas, também é necessário olhar para trás... Vez por outra parar, analisar o que já foi alcançado, notar as mudanças e assim projetar outros pequenos passos. Ou, ao menos... Isso nem sempre é fácil... Manter o sucesso já alcançado, que já é uma vitória. Via de regra, aqueles que entram para virar o mundo são os primeiros a desistir e ficar mais “pançudos” do que antes. Na fé, as conquista também são lentas. Precisam ser valorizadas. As metas propostas devem ser tangíveis, sempre na gratidão pelas vitórias alcançadas. Na academia, a situação complica quando o sujeito passa a usar anabolizantes, envenenando o corpo. Melhor é uma alimentação equilibrada e saudável. Na fé, também há aqueles que querem sempre mais, esquecendo o “básico” do Evangelho. Há aqueles que buscam experiências e mais experiência extraordinárias. Logo estão envenenados. Deixam de ser “cristãos”, tornando-se “fanáticos”. Você conhece alguém assim? Termino com a lembrança de João no Apocalipse 2.5: Arrependimento e retorno ao “básico” também na fé. Ou seja, olhar atrás e retomar a caminhada com retidão.