No evangelho de Lucas 19.1-10 encontramos o relato descrevendo a experiência de Salvação para Zaqueu. O versículo 2 descreve a atividade de Zaqueu e sua situação financeira: era maioral dos publicanos e rico. Jesus acabara de falar sobre a questão da riqueza: é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no Reino de Deus (Lc 18.25). A ocupação de Zaqueu como chefe do grupo local de coletores o tornou desprezado pelos membros da sociedade judaica (Cf. Lc 18.9-14). A exemplo da maioria dos cobradores de impostos daquele tempo, Zaqueu era desonesto, como suas palavras fazem supor (v. 8).
Zaqueu tinha um desejo intenso de conhecer Jesus, dificultada pela sua pequena estatura. Aquilo que ele tinha ouvido sobre Jesus possivelmente despertara em seu coração o mais sério desejo de confessar alguma coisa desde que isso lhe trouxesse paz para sua consciência.
Zaqueu usou de um recurso para alcançar seu desejo: correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de vê-lo, porque por ali haveria de passar. Os pequenos galhos do sicômoro ofereceram um ponto melhor de observação.
Jesus sabia qual a árvore onde Zaqueu havia subido, sabia o nome do homem e conhecia seu coração e consciência - e que Zaqueu se achava atribulado com um sentimento de culpa. Quando Jesus chegou à frente de Zaqueu, parou e olhou ao alto da árvore. Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa. Que vibração de alegria deve ter atravessado o coração de Zaqueu! Jesus sabe exatamente como falar a pecadores, como também encorajá-los a vir a Ele com sua carga de culpa e temor. As outras pessoas olharam para baixo, com desprezo por Zaqueu, mas ele não foi vil e pecador demais para o Amigo dos pecadores.
Zaqueu recebeu a Jesus com alegria. Note: Jesus convida-Se a Si mesmo! (Cf. Ap 3.20.) É isto o que o Evangelho oferece a todos os pecadores atribulados. (Cf. Mt 11.28-30.) O chamado é eficiente e Zaqueu responde afirmativamente.
Zaqueu faz uma sincera confissão dos seus pecados ao Senhor. Ele inclui um ato formal de devolução. Depois de ter-se levantado, Zaqueu disse ao Senhor: Olha, Senhor, a metade dos meus bens eu estou dando aos pobres; e se eu defraudei alguma coisa de alguém, pontualmente devolvo quatro vezes mais. Ele ultrapassa voluntariamente a exigência da lei mosaica ao fazer sua indenização. Levíticos 6.5 e Números 5.6-7 exigiam a quantia original, mais 20 por cento. Zaqueu devolve o valor exigido pelo roubo e/ou a venda de um animal, Êx 22.1; 2 Sm 12.6. Faz isso após dar a metade dos seus bens aos pobres. A verdadeira confissão inclui reconhecimento dos pecados, fé em que Deus por Cristo o quer perdoar (ou já perdoou) e também a resolução de corrigir a vida pecaminosa.
Embora Jesus tenha convivido com pecadores confessos, Ele nunca tolerou pecadores que quisessem permanecer nos pecados. Mas quando um pecador faz confissão sincera, é o primeiro a recebê-lo. Quando a confissão se tornou pública (ao Senhor e às pessoas da casa), Jesus absolve: Hoje houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão. A família inclui todos aqueles que creram e confessaram seus pecados como Zaqueu. Seus fardos de pecados foram retirados, removidos para tão longe quanto dista o Oriente do Ocidente (Sl 103.12). Zaqueu e sua família tiveram consciência purificada, ansiedade dissolvida, a porta da vida eterna foi aberta.
Jesus Cristo continua a buscar e salvar o perdido. Assim nós somos garantidos de nossa justificação perante Deus mediante graça: Todo aquele que o Pai Me dá, esse virá a Mim; e o que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora (Jo 6.37). Permita que Jesus lhe visite. Amém.
Modelo - SC - Paróquia Evangélica de Maravilha