Lá nos cafundós havia uma escolinha, que tinha uma única professora. Ela lecionava para todas as crianças que moravam à volta. Ela se dedicava de coração ao ensino. Ela amava seus pequenos alunos. E, as crianças percebiam, por isso também a amavam muito. No aniversário da professora, as crianças estavam agitadíssimas. Cada uma querendo entregar o seu presente. Os vizinhos da escola trouxeram uma cesta com frutos, cada um mais bonito e cheiroso que o outro. Dois galeguinhos do armazém, trouxeram duas dúzias de ovos. Uma menina gorduchinha, filha da cozinheira da fazenda, trouxe um bolo. Três irmãos trouxeram uma galinha despenada. Maneca, um menino miúdo, lhe deu uma concha. A professora ficou encantada com o tamanho da concha, colocando-a imediatamente junto ao ouvido para escutar o barulho do mar. Ela estava tomada de alegria quando reparou que Maneca tinha seus pés e as pernas muito empoeirados e a sua camisa estava molhada de suor. Mas, naquele rosto encardido, os seus olhos faiscavam de paixão. Só no confronto com esses olhos, a professora se deu conta de que a praia estava a três horas de caminhada. Considerando a volta, isso significava seis horas de caminhada ininterrupta, fora a procura da concha. Perguntou, então, ao menino: Você foi especialmente à praia buscar essa concha para mim? Ele, com toda naturalidade do mundo, respondeu: A caminhada faz parte do presente! Leia Colossenses 3.23.