Uma história de Natal

Meditação

31/10/2011

Certo homem, chamado Carlos, costumava olhar o Natal como uma festa sem o menor sentido. Segundo ele, a noite de 24 de dezembro era a mais triste do ano, porque várias pessoas se davam conta de quão solitárias eram, ou da pessoa querida que havia morrido naquele ano. Carlos era um homem bom. Tinha uma família, procurava ajudar o próximo e era honesto nos negócios.

Entretanto, não podia admitir que as pessoas fossem ingênuas a ponto de acreditar que um Deus havia descido à Terra só para consolar os homens. Sendo uma pessoa de princípios, não tinha medo de dizer a todos que o Natal, além de ser mais triste que alegre, também estava baseado numa história irreal - um Deus se transformando em homem.

Como sempre, na véspera da celebração do nascimento de Cristo, sua esposa e seus filhos se prepararam para ir à igreja. E, como de costume, Carlos resolveu deixá-los ir sozinhos, dizendo:
- Seria hipócrita da minha parte acompanhá-los. Estarei aqui esperando a volta de vocês.

Quando a família saiu, Carlos sentou-se em sua cadeira preferida, acendeu a lareira, e começou a ler os jornais daquele dia.

Entretanto, logo foi distraído por um barulho na sua janela, seguido de outro e mais outro. Achando que era alguém jogando bolas de neve, Carlos pegou o casaco para sair, na esperança de dar um susto no intruso. Assim que abriu a porta, notou um bando de pássaros que haviam perdido seu rumo por causa de uma tempestade, e agora tremiam na neve. Como tinham notado a casa aquecida, tentaram entrar, mas, ao se chocarem contra o vidro, machucaram suas asas, e só poderiam voar de novo quando elas estivessem curadas. Não posso deixar essas criaturas aqui fora, pensou Carlos.

Como ajuda-las? Carlos foi até a porta de sua garagem, abriu-a e acendeu a luz. Os pássaros, porém, não se moveram. Elas estão com medo, pensou Carlos. Então, entrou na casa, pegou alguns miolos de pão, e fez uma trilha até a garagem aquecida. Mas a estratégia não deu resultado. Carlos abriu os braços, tentou conduzi-los com gritos carinhosos, empurrou delicadamente um e outro, mas os pássaros ficaram mais nervosos ainda - começaram a se debater, andando sem direção pela neve e gastando inutilmente o pouco de força que ainda possuíam.

Carlos já não sabia o que fazer.
- Vocês devem estar me achando uma criatura aterradora - disse, em voz alta.
- Será que não entendem que podem confiar em mim?

Desesperado gritou:
- Se eu tivesse, neste momento, uma chance de me transformar em pássaro só por alguns minutos, vocês veriam que eu estou realmente querendo salvá-los!

Neste momento, o sino da igreja tocou, anunciando a meia-noite. Um dos pássaros transformou-se em anjo, e perguntou a Carlos:
- Agora você entende por que Deus precisava transformar-se em ser humano?

Com os olhos cheios de lágrimas, ajoelhando-se na neve, Carlos respondeu:
- Perdoai-me anjo. Agora eu entendo que só podemos confiar naqueles que se parecem conosco e passam pelas mesmas coisas pelas quais nós passamos.

Nesta época de advento Deus fala a cada um de nós com as palavras de Zc 9.9: “Eis aí vem o teu Rei, justo e salvador”.

É momento de nos alegramos, pois está chegando a hora em que Cristo, justo e salvador virá ao mundo. Mais uma vez ele vem provar o amor de Deus por nós. Amor tão grande que foi capaz de transformar Deus em homem para o nosso bem..

Os anjos avisaram aos pastores sobre o nascimento de Jesus, eles disseram:
“Não temais, porquanto vos trago novas de grande alegria que o será para todo o povo: É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis um menino envolto em faixas, e deitado em uma manjedoura”.Lc (2.10-12)

Glória a Deus nas alturas, nasceu o salvador, é tempo de natal. É tem de lembrar das bênçãos que Deus nos deu este ano. Principalmente de agradecer pelo nascimento de Jesus por nós. Deus se tornou ser humano para que nós pudéssemos ter a salvação e vida nova através do amor, do serviço, da humildade e da paz.

O natal está chegando, que significado ele tem para nós?

 

P. Jeferson Rusch
Paróquia de Ji-Paraná


 


Autor(a): Jeferson Rusch
Âmbito: IECLB / Sinodo: Amazônia
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo do Natal
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 10230
REDE DE RECURSOS
+
O Senhor renova as minhas forças e me guia por caminhos certos, como Ele mesmo prometeu.
Salmo 23.3
© Copyright 2024 - Todos os Direitos Reservados - IECLB - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - Portal Luteranos - www.luteranos.com.br