Antônio passou pelo postinho para receber a vacina contra a gripe. Respeitosamente ele pediu à atendente: Você poderia se apressar, pois estou atrasado para um compromisso. Curiosa, a enfermeira disse: Calma, Seu Antônio. Ainda é cedo. Antônio respondeu: Não! De fato, tenho um horário a cumprir. Daqui há pouco será o momento do lanche com minha esposa. Aproveitando os ouvidos atentos, continuou: Madalena tem Alzheimer. Faz quase cinco anos que ela não me reconhece. Muitas e muitas vezes já colocou em risco as nossas vidas, por isso hoje está no ancionato. Estranhando, a enfermeira questionou: Mas, se ela não o reconhece, porque a necessidade de estar com ela todas as manhãs no horário certo? Dos lábios de quem ama veio uma resposta precisa: É verdade! Ela não sabe quem eu sou. Contudo, eu sei muito bem quem é ela. Eis aí o sentimento que mantém uma relação: O verdadeiro amor não se reduz ao físico ou ao romântico. O verdadeiro amor é a aceitação de tudo o que o outro é, do que foi, do que será e do que já não é mais. Nas palavras de Paulo: “O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1ª Coríntios 13.7).