Lembro-me nitidamente da casa onde passei minha infância. Eu e meu irmão tínhamos um quarto pequeno de paredes azuis com duas camas separadas por um pequeno armário com alguns livros, inclusive religiosos. Hoje penso: Será que era uma estratégia da falecida mãe incentivar a leitura e a fé? Eu costumava folhear, observar as imagens e depois, com o tempo, também a ler. Desde que tenho noção, sempre acreditei em Deus. Todavia, tinha dificuldades na infância de entender o “porquê” de Deus ter um filho. Para mim, bastava acreditar num Ser Superior. Agora, Jesus? Tinha lá minhas dificuldades para aceita-lo. Ou seja, Cristo não fazia parte do meu perfil religioso original. Até que, na adolescência, pelo Ensino Confirmatório, com leituras bíblicas e o acompanhamento de pessoas maduras na fé, entendi que o plano de salvação do Altíssimo passava por Jesus. Percebi que, assim como do nada, Deus fez tudo. Também, do nada por si só poderia tranquilamente salvar o mundo. Todavia, não agiu desta maneira. Ele construiu a história do mundo a partir de um casal (Adão e Eva) num jardim. Ele criou a família e escolheu um povo. Deste povo, nasceu o Salvador em Belém, que depois cresceu em Nazaré. Deus se fez gente como a gente. Hoje entendo que, a minha história pessoal está ligada à história da humanidade. Compreendo que, a minha identidade passa pelo reconhecimento consciente de quem é e o que fez Jesus. Ele não apenas se oferece para ser o Salvador do mundo. Ele deseja amorosamente ser o “meu” Salvador e o “meu” Senhor. Cabe a cada um, de livre vontade, aceitar ou rejeitar tal proposta. Qual é a tua escolha? “Hoje se ouvirem a voz do Senhor, não endureçam o coração” (Hebreus 4.7).