No último culto, ao sair do templo, certo membro me disse: Pastor! Viajei 250 quilômetros para estar aqui. Ele vive uma situação difícil, sentindo a necessidade do suporte espiritual. Na dor, reconheceu a importância do acolhimento comunitário. Meu coração exultou pela sua presença. Por outro lado, percebi quanta responsabilidade cabe à comunidade: “Rir com aqueles que estão alegres e chorar com os que choram” (Romanos 12.15). Ou seja, ser solidário e acolhedor. Ao pastor, cabe a responsabilidade de se colocar sob o Espírito para ter uma palavra adequada ao povo reunido, incluindo o “maninho” sofredor. Como pastor, por vezes delego tudo à esfera espiritual ao afirmar: De Deus vem a minha inspiração! Ele me dará as palavras certas. Entretanto, por outro lado, sei também que preciso trabalhar com dedicação, elaborando uma mensagem, coesa com o Evangelho, confortadora e desafiadora ao mesmo tempo. Além disso, não é só da pregação que se sustém uma boa celebração. É preciso fazer um culto, onde as pessoas reconheçam nos passos litúrgicos, tanto a presença divina, quanto a necessidade da confissão, colocando-se em adoração, ouvindo a Palavra de absolvição e orientação. Por fim, elas partem com a bênção. Além de consolados e orientados, sempre precisamos compreender que estamos prontos para servi-lo com alegria. A tarefa não é tão simples. Também, não é difícil. O que traz solidez à vida comunitária e também às celebrações é sempre o amor de Deus, receber e dar (1ª João 4.19).
De Hinos do Povo de Deus (459), “Oração da Igreja”.