No momento da apresentação do menino no templo, ocorreram dois encontros preparados por Deus, os quais confirmaram a vocação de Jesus. Havia em Jerusalém um homem idoso chamado SIMEÃO. Ele era justo e piedoso. Ainda jovem, recebeu a revelação de que, antes da morte, encontraria o Messias. O Espírito estava sobre ele, mantendo sua fé acesa e seu testemunho vivo. Enquanto José e Maria faziam a oferta dos dois pombinhos, Simeão segurou em seus braços o menino. Ele entoou o seguinte canto: “Segundo a tua promessa, Senhor, pode despedir agora em paz este teu servo, pois os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste para todos os povos. Ele será luz para todas as nações. Ele será a glória de Israel”. O casal sagrado se admirou do cântico de Simeão, confirmando assim a promessa feita pelo anjo Gabriel, de que Jesus – como diz o próprio nome – é a salvação de Deus enviada ao mundo. Àqueles que vivem sem esperança e nas trevas, brilhou a luz de Deus, que alcança além do povo escolhido, toda a humanidade. Com Jesus, a mensagem de salvação estende-se para todos os povos e todos os seres. Bem-aventurado o casal que pode acompanhar o nascimento, criando o Filho de Deus. Bem-aventurado Simeão que acolheu em seus braços o menino, sendo abençoado pelo encontro e abençoado também aquela família. Como disse Jesus para Tomé: “Felizes aqueles que não viram, mas creram” (João 20.29), promessa que nos inclui no projeto maior do Reino de Deus. Como profeta, Simeão traz palavras pesadas, mas de esperança ao casal sagrado. Ele disse: O menino será um divisor entre as pessoas. O mundo contará a história antes e depois de Cristo. Individualmente, quem já passou por uma experiência de fé entenderá o que é uma vida antes e depois de Jesus. No momento do martírio, quando o crucificado está ao lado de dois criminosos, é possível compreendermos a decisão mais importante a ser tomada na vida. Disse Jesus ao arrependido: “Hoje você estará comigo no Paraíso” (Lucas 23.43). Uma vida sem ou com Jesus é a escolha que precisamos fazer. Como mãe, Maria viu seu filho amado morrer na cruz. Então, o véu se rasgou de cima abaixo, surgindo um novo tempo de salvação, não mais pela lei, mas pelo amor. Logo em seguida, após Simeão, o menino passou aos braços da profetisa Ana, uma senhora de 84 anos, a qual – desde a viuvez – passou a morar no templo em adoração e oração. Ela acariciou o menino e deu graças, testemunhando em alta voz: Eis a salvação que todos aguardávamos! Dois milênios depois, ainda admiro a perseverança contínua de Simeão e Ana. Assumo igualmente quão pequena é a minha fé. Eles viveram décadas na expectativa do encontro. Descansaram em paz pelo reconhecimento do Messias. Hoje, recebemos a herança do Evangelho. É palavra escrita. É testemunho de pessoas, geração após geração. Basta crer e viver de acordo, em constante gratidão e louvor, como os dois idosos em Jerusalém. Por fim, concluo que, graças ao bom costume de estar na Casa de Deus e graças ao cumprimento das tradições é que houve o encontro que trouxe confirmação do chamado para José e Maria e descanso para os idosos Simeão e Ana. Amém!
Em 1963, Altemar Dutra gravou o clássico “Creio em Ti”...
