Tudo tem o seu tempo

21/07/2006


Texto bíblico: Eclesiástes 3.1-8

Prezado amigo, prezada amiga:

Somos imensamente agradecidos a Deus por tudo que temos recebido. Pois ele é o criador de todas as coisas, e tudo o que ele colocou neste mundo, o fez para o nosso bem; para que viva-mos bem, alegres, felizes. O desejo de Deus é que nos sintamos bem em todas as coisas. E é ele quem nos dá o pão de cada dia.

No seu Catecismo Menor, Lutero disse que o pão de cada dia significa tudo o que pertence ao sustento e às necessidades da vida, como por exemplo: comida, bebida, vestes, calçados, casa, lar, campos, gado, dinheiro, bens, cônjuge, filhos, empregados fiéis, chefes piedosos, bom go-verno, bom tempo, paz, saúde, disciplina, honra, bons amigos, bons vizinhos, e coisas semelhan-tes.

É bem verdade que o ser humano provocou muito estrago na criação de Deus: inventou coisas ruins e prejudiciais; envenenou o relacionamento entre pessoas; acumulou para si bens e rique-zas em detrimento da necessidade de outros; facilitou a propagação de doenças; e assim por diante.

Além do mais, junto com os bons frutos que colhemos na horta de nossas vidas, colhemos também frutos desagradáveis e indesejados. Isto é, entre o nascimento e a morte existem muitos altos e baixos; existem tempos bons e tempos difíceis.

Nesse sentido a agricultura nos fornece uma lição fabulosa. Entre o plantio e a colheita existe uma sucessão de tempos que marcam a plantação. São fatos, acontecimentos e circunstâncias, boas e ruins, nas quais a planta não tem como interferir, ela simplesmente tem que suportá-las: chuva, vento, sol, claridade, escuridão, geada, granizo, pragas ... Na verdade a planta nas-ce, cresce, mas também sofre. Enfrenta uma sucessão de acontecimentos e fatores, sobre os quais não pode interferir, mas que determinam o resultado.

Não é assim a vida humana? A nossa vida é uma sucessão de acontecimentos, sentimentos e ações agradáveis e desagradáveis. Existem os dias de “tempo bom”, mas também os dias de “tempestades”. Claro que existem circunstâncias que nós mesmo criamos, e que podem dar bons ou maus resultados. Mas existem também aquelas coisas que acontecem, sem a nossa vontade, e que simplesmente temos que suportar, como a doença e a morte, por exemplo.

Sim, meus irmãos e irmãs, há tempo para tudo. Tempo preenchido por acontecimentos e fatos, que acontecem num determinado tempo. A nossa vida se transcorre numa sucessão de tempos: uma hora derruba, outra edifica; uma hora chora, outra ri; numa hora ajunta, noutra espalha; numa hora ama, noutra odeia.

Entre o nascer e o morrer está a vida, que é preenchida por uma sucessão de tempos, nos quais nós temos sensações boas e ruins; nos alegramos e choramos; nos sentimos felizes e infelizes.

No entanto, é consolador saber que, se a alegria não dura para sempre, também não há tristeza que dure para sempre. Tudo acontece por um tempo. E TODOS OS TEMPOS ESTÃO NAS MÃOS DE DEUS. Nenhum deles passa despercebido diante de Deus. E é ele quem faz com que tempos difíceis sejam substituídos por outros bons.

Se olharmos para trás vamos constatar que, depois de tempestades, o sol sempre tornou a bri-lhar nas nossas vidas. Pois tudo tem o seu tempo e todos os tempos estão nas mãos de Deus.

E assim como o agricultor cuida com carinho da sua plantação, assim também Deus tem cuida-do de nós. O agricultor não evita completamente que desgraças aconteçam com sua plantação, mas ele está lá, olhando com carinho, salvando o que pode, fazendo o melhor possível.

Assim também Deus, ele não impede que o mal, o desagradável e o triste aconteçam conosco. Ele protege e cuida o quanto possível, mas ele dá a liberdade de ação e de palavra, que também trazem suas conseqüências. Por causa da liberdade que Deus dá ao ser humano, estamos sujei-tos a acontecimentos desagradáveis.

No entanto, ele sempre esteve e sempre está conosco em todos os acontecimentos que enfren-tamos, pois todos os tempos estão nas suas mãos. Porque para ele nós somos, sem dúvida, mais importantes do que a plantação é para o agricultor. Pois, para nós ele deu o seu próprio Fi-lho, Jesus Cristo, que, por nós morreu na cruz.

Como diz o salmista: à noite pode vir o choro, mas a alegria vem ao amanhecer. Deus quer que vivamos com muita vontade, confiança e alegria, pois se não há bem que sempre dure, tam-bém não há mal que dure para sempre. E isto ele tem feito por nós.

Seja, pois, elevada a Deus a nossa gratidão por tudo que ele nos tem dado, porque as suas dádivas nos dizem que, nos bons e maus momentos, ele nos carrega em suas mãos. Amém.

Pastor Mauri Kappel


Autor(a): P. Mauri Kappel
Âmbito: IECLB
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 8089
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