Vagando pelo céu anil, uma pequena nuvem observou um menino que chorava no parque. Então, perguntou: Senhor! O que é que aconteceu com o menino? Ele perdeu o avô! Disse Deus. Cheia de paixão, a nuvem começou a pensar: Será que posso trazer alegria ao coração do menino? Com grande esforço, escureceu uma de suas pontas, lançando algumas gotas de chuva, só para chamar a atenção do pequeno, que elevou os olhos às alturas. Depois, com o auxílio do vento, a nuvem formou o desenho de um cão. Em seguida, um sorvete. Ao perceber as mudanças repentinas no céu, o menino começou a sorrir. Logo, ele chamou alguns colegas, que começaram a decifrar as imagens. Por fim, a nuvem tomou a forma de coração de um grande coração branco na imensidão azul. Naquele momento, o menino compreendeu que o avô estava no céu. Por vezes, a vida se cobre de nuvens escuras. Sentimos a solidão, a violência, a morte... Em tais momentos, precisamos aprender a olhar ao alto, assim como uma criança olha às nuvens, percebendo que jamais seremos abandonados por nosso Deus. Diz o poeta: “Elevo aos céus os meus olhos. Sei que de lá virá o meu socorro” (Salmo 121).
De 1983, “Aquarela”, autoria e interpretação de Toquinho.